Breque dos Apps' - É justa e bem vinda, diz Hélio Zylberstajn sobre o 'Breque dos Apps'

A quarta-feira (1º) foi marcada por uma greve nacional de entregadores de aplicativos, o 'Breque dos Apps', que pela primeira vez no Brasil se organizou em atos conjuntos para demandar melhores pagamentos dos aplicativos de entrega. 
Em entrevista para a CNN, o economista, presidente e cofundador do Instituto Brasileiro de Relações de Emprego e Trabalho (IBRET), Hélio Zylberstajn, disse que o movimento vem no momento importante para trabalhadores.
“Os entregadores estão em posição de alta demanda por seus serviços, então seu poder de barganha nesse momento é alto. Esse é o momento de pedir um aumento de salário. A greve não só é justa, mas bem vinda. Estão reivindicando algo legitimo.”
Apesar de avaliar como positiva a manifestação, Zylberstajn faz um alerta que o momento que vivemos se assemelha aos anos Vargas pré-CLT, quando operários começavam a se organizar e pressionar o governo por melhores condições de trabalho. 
Na visão do economista, a solução encontrada na época não foi ideal e não deve se repetir.
“É a repetição de um filme que passou há 100 anos, mas o cenário é outro, então a solução de antes não serve atualmente. O governo Vargas, para evitar que os conflitos continuassem, apostou na solução mais simples, que foi a CLT. Com isso o governo amarrou os sindicatos, e temos um problema sindical até hoje.”
Precarização
Uma das palavras mais usadas para definir a relação de trabalho dos entregadores é a da “precarização”, porém Zylberstajn prega cuidado com o uso do termo e diz que o caso é mais sobre transformação.
“A tecnologia transformou as relações de trabalho. Quem diz que precarizou não deixa de ter razão, porque as condições de trabalho deles não são as melhores, mas usar a palavra precarizar com o intuito de voltar ao regime de regulamentação antigo é que está errado.”
(Edição: André Rigue)

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