Demissões de professores viram rotina em universidades de São Paulo

Em menos de 10 dias, mais duas universidades particulares de São Paulo demitiram uma grande quantidade de professores. 
Por Bruno Oliveira, Lucas Schroeder e Thiago Felix, da CNN, em São Paulo
04 de julho de 2020 às 09:00 
Depois da Uninove, que em 22 de junho mandou embora cerca de 300 professores, nesta semana foi a vez das universidades Cruzeiro do Sul e São Judas Tadeu tomarem medidas semelhantes.😲😲😲
De acordo com o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), cerca de 120 professores foram demitidos da Universidade Cruzeiro do Sul na última segunda-feira (29), o que representa cerca de 30% do corpo docente. 
Para reverter as demissões, na quarta-feira (1º) o sindicato entrou com ação no Tribunal Regional do Trabalho. 
Um dos professores demitidos, que por medo preferiu não se identificar, disse que os profissionais desligados receberam a seguinte carta da universidade:
Carta enviada a professores da Universidade Cruzeiro do Sul

Acima, Carta enviada a professores da Universidade Cruzeiro do Sul


Foto: Reprodução
“As atividades estavam acontecendo normalmente e a universidade não dava sinais de que demitiria parte do corpo docente. Fiquei muito triste por ser mandado embora.”, contou o professor. 
Ainda segundo o sindicato, a Cruzeiro do Sul é mais um exemplo de demissão massiva decorrente de uma reestruturação, e que a pandemia está servindo de laboratório para a aceleração desse movimento, que é sustentado no enxugamento da folha de pagamentos e dos serviços e aumento das margens de lucro, em detrimento da qualidade de ensino
Já sobre a Universidade São Judas, o SinproSP disse que 74 professores, das unidades de São Paulo, Santos e Guarulhos, foram desligados.
A CNN procurou a assessoria de imprensa da São Judas e aguarda posicionamento.
Em nota, a Universidade Cruzeiro do Sul disse que tem evitado tomar medidas mais drásticas, mesmo sofrendo com o aumento expressivo da inadimplência e da evasão, resultados do impacto da pandemia no emprego e na renda de seus alunos e famílias.
Mas o agravamento e prolongamento da crise econômica, somados às incertezas quanto ao próximo semestre, levaram o grupo a adotar uma adaptação de custos, "inclusive e inevitavelmente de pessoal, de modo a manter e preservar minimamente a saúde financeira, a qualidade de sua operação e a pontualidade dos seus compromissos, assim como – e principalmente – os milhares de empregos que continuarão a ser gerados em um futuro que se espera próximo e melhor", disse.
A Cruzeiro do Sul Educacional diz que "reconhece e agradece a valiosa contribução dos colaboradores que estão, neste momento difícil para todos, sendo desligados". "Ao mesmo tempo, tem a certeza de que continuará a desenvolver o projeto com ainda mais afinco, assim como tem realizado ao longo dos últimos 55 anos, para que este momento excepcional seja breve e que a retomada seja vigorosa, bem como demande um número muito maior de contratações", afirmou.

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