Crédito não chega às PMEs, mesmo com liberação de recursos do governo

Dono de uma loja de colchões em Guarulhos, na Grande São Paulo, Marcelo Bueno De Godoy passou 80 dias com as portas fechadas. 
Tiago Abech, da CNN, em São Paulo

01 de julho de 2020

Nesse período, o comerciante calcula que deixou de faturar R$ 250 mil. 
Sem dinheiro em caixa, suspendeu os contratos dos dois funcionários e não conseguiu pagar fornecedores.
Nas contas dele, um crédito entre R$ 40 mil e R$ 50 mil seria suficiente para dar fôlego para a empresa pagar contas básicas e ter capital de giro. Mas o empresário conta que os bancos não estão liberando empréstimos.
“Quando você fica inadimplente, passa a não ter acesso ao crédito. Eu tive cheque devolvido, protesto. A pandemia te fez parar de vender e consequentemente parar de pagar”, desabafa Marcelo.
Pequenas e médias empresas, como a do Marcelo representam mais de 90% do comércio nacional segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). E também são as mais dependentes de crédito, principalmente depois de passarem quase 3 meses sem receita (o comércio no Estado de São Paulo fechou em 24 de março e só começou a reabrir, em algumas regiões, a partir de 1º de junho).
“Quando essas empresas voltam a funcionar, elas não retornam ao patamar pré-pandemia. Então, a única maneira de sobreviverem é se tiverem acesso ao crédito. É o único jeito de minimizar os efeitos negativos do novo coronavírus no negócio”, avalia o assessor econômico da FecomercioSP, André Sacconato.
O problema, de acordo com ele, é que os bancos veem nas pequenas e médias empresas uma chance alta de quebrar e estão restringindo o acesso aos empréstimos.
Prova disso é uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que, entre 7 de abril e 2 de junho, cerca de 6,7 milhões de empresários tentaram obter crédito, mas apenas 1 milhão (15%) conseguiu os recursos.
A principal razão (19%) para que não tenham tido êxito junto aos bancos foi o CPF negativado. A maioria (41%) dos empresários afirmou ter dívidas em aberto e em atraso, enquanto 32% declararam não ter dívidas e 27% disseram estar com o pagamento de débitos em dia.
Ainda de acordo com o levantamento, os bancos públicos, como Caixa e Banco do Brasil, foram os mais procurados pelos empresários.
Não por acaso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu na terça-feira (30) que os programas para liberação de crédito não foram suficientes para dar conta da demanda. Para o economista da Fecomércio, é necessário que o governo seja mais atuante para que os bancos comecem a repassar os recursos.
“Nos Estados Unidos, o governo garante 100% dos empréstimos. Hoje, é impossível fazer um programa de crédito sem que o governo ofereça as garantias necessárias”, afirma Sacconato.
O economista defende também uma desburocratização na análise dos pedidos de financiamento que, hoje, chegam até 50 dias.
O governo tenta se mexer com o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que prevê a garantia do governo para os empréstimos de até R$ 18,7 bilhões. Segundo o Banco do Brasil, 23 instituições financeiras já demostram interesse no programa.

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