Corregedor nacional de Justiça vai abrir processo para investigar conduta de juiz Em um áudio atribuído ao magistrado Glaucenir Silva de Oliveira, de Campos dos Goytacazes (RJ) o ministro Gilmar Mendes é acusado de ter recebido propina para livrar o casal Anthony e Rosinha Garotinho da prisão.

Por Basília Rodrigues

O corregedor nacional de Justiça, João Otávio Noronha, disse à CBN que vai pedir esclarecimentos ao juiz Glaucenir de Oliveira, da Justiça Eleitoral de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense, depois da divulgação de um áudio atribuído ao magistrado em que ele teria acusado o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, de receber uma 'mala grande de propina' para beneficiar o casal Garotinho.

O corregedor João Otávio Noronha afirmou que viu um ataque contra o ministro Gilmar Mendes e o Judiciário como um todo no áudio.

Mendes livrou o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho da cadeia e também suspendeu o uso da tornozeleira eletrônica da mulher dele e também ex-governadora Rosinha Garotinho. Gilmar Mendes pediu providências para a Corregedoria e para a Polícia Federal, que podem punir o juiz por essas supostas declarações. O ministro do CNJ acolheu o pedido e em janeiro vai investigar o caso.

A Polícia Federal ainda não se manifestou. Se o corregedor entender que há elementos para prosseguir com o caso, ele pode propor ao plenário do CNJ a abertura de um processo administrativo que pode resultar em advertência, censura ou aposentadoria compulsória.

Anthony e Rosinha Garotinho também divulgaram um comunicado neste sábado em que afirmam que seus advogados pedirão perícia para confirmação do padrão de voz da gravação e que, se for confirmada sua autenticidade, abrirão um novo processo criminal contra o juiz. Em novembro do ano passado, Glaucenir de Oliveira afirmou que o ex-governador do Rio tentou suborná-lo por meio de intermediários. A Polícia Federal e o Ministério Público foram requisitados para a investigação do caso.

Garotinho foi preso sob a acusação de comandar uma organização criminosa que arrecadava recursos ilícitos pra campanhas eleitorais dele próprio e de aliados. O juiz Glaucenir Silva de Oliveira não foi encontrado pra comentar o caso.

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