Corregedor nacional de Justiça diz que viu 'ataque' a Gilmar e ao Judiciário em áudio Mensagem atribuída ao juiz Glaucenir de Oliveira acusa o ministro de receber propina para beneficiar o casal Garotinho. À CBN, João Noronha afirmou que vai abrir processo para investigar a conduta do magistrado. -
Por Basília Rodrigues
Ministro João Otávio de Noronha STJ. Foto: Divulgação/ Sergio Amaral/STJ
O corregedor nacional de Justiça, João Otávio Noronha, afirmou à CBN que
viu um ataque contra o ministro Gilmar Mendes e o Judiciário como um
todo no áudio atribuído ao juiz Glaucenir de Oliveira, em que ele acusa
Mendes de receber uma mala grande de propina para beneficiar o casal
Garotinho.
O juiz, que é da Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, no
Rio de Janeiro, foi responsável pela prisão de Antony Garotinho. Nos
últimos dias, porém, Gilmar Mendes, como presidente do Tribunal Superior
Eleitoral, livrou o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho,
da cadeia e também suspendeu o uso da tornozeleira eletrônica de
Rosinha Garotinho.
O próprio ministro pediu providências à Corregedoria e
a Polícia Federal, e as duas instituições informaram que vão abrir
processo para apurar a origem da gravação. O corregedor disse que em
janeiro, com o fim do recesso judiciário, vai pedir esclarecimentos ao
juiz.
'Vamos solicitar informações do juiz quanto ao conteúdo do áudio porque, em princípio, há um ataque não só à figura de um ministro do Supremo, que foi atacado em sua honra, como também ao próprio Supremo, quando ele fala da omissão dos demais membros. E repete aquela frase do (ex-presidente) Lula. Então, ele tem que explicar o que quer dizer com isso tudo', disse.
Se o corregedor entender que há elementos para prosseguir com o caso, ele pode propor ao plenário do CNJ a abertura de um processo administrativo que pode resultar em advertência, censura ou aposentadoria compulsória do juiz.
'Vamos solicitar informações do juiz quanto ao conteúdo do áudio porque, em princípio, há um ataque não só à figura de um ministro do Supremo, que foi atacado em sua honra, como também ao próprio Supremo, quando ele fala da omissão dos demais membros. E repete aquela frase do (ex-presidente) Lula. Então, ele tem que explicar o que quer dizer com isso tudo', disse.
Se o corregedor entender que há elementos para prosseguir com o caso, ele pode propor ao plenário do CNJ a abertura de um processo administrativo que pode resultar em advertência, censura ou aposentadoria compulsória do juiz.
O magistrado teria gravado a mensagem
em áudio e enviado para um grupo pessoal de juízes; o áudio, no
entanto, vazou.
No áudio, a pessoa afirma ‘somos juízes de raiz, temos
honra na toga.
Virar palhaço de circo de Gilmar não dá’. O áudio diz
também que recebeu informações de que o ministro Gilmar Mendes recebeu
uma "quantia alta" para impedir que fossem aplicadas medidas contra o
casal Garotinho.
'A gente, na verdade, é um soldado na linha de frente, leva pedrada, leva tiro. Enquanto o grande general desse poder Judiciário, que ele agora parece que é o dono do poder, mela o trabalho sério que a gente faz com sarcasmo, com falta de vergonha.
'A gente, na verdade, é um soldado na linha de frente, leva pedrada, leva tiro. Enquanto o grande general desse poder Judiciário, que ele agora parece que é o dono do poder, mela o trabalho sério que a gente faz com sarcasmo, com falta de vergonha.
E, segundo os comentários que
eu ouvi hoje, comentários sérios de pessoas lá de dentro: a mala foi
grande. Para certas coisas, parece que a Justiça apodreceu. Não sei até
onde nós vamos', afirmou.
Diretamente beneficiados por decisões do ministro, Anthony e Rosinha Garotinho afirmaram que vão pedir perícia para confirmar se a voz da gravação é do juiz e pedir um novo processo criminal contra o magistrado. No ano passado, Glaucenir de Oliveira afirmou que o ex-governador do Rio tentou suborná-lo por meio de intermediários.
Diretamente beneficiados por decisões do ministro, Anthony e Rosinha Garotinho afirmaram que vão pedir perícia para confirmar se a voz da gravação é do juiz e pedir um novo processo criminal contra o magistrado. No ano passado, Glaucenir de Oliveira afirmou que o ex-governador do Rio tentou suborná-lo por meio de intermediários.