Planalto já trabalha com a saída de Geddel para estancar crise - por Gerson Camarotti
Segundo o ex-titular da Cultura, Geddel o pressionou para reverter o embargo de um empreendimento em Salvador. Segundo interlocutores, Temer gostaria que Geddel tomasse a iniciativa de pedir demissão para evitar maior desgaste.
Já há o reconhecimento interno de que a demora na definição da saída de Geddel só fez agravar a crise política envolvendo esse caso. Isso porque agora a denúncia está na Procuradoria Geral da República (PGR), que deve pedir a investigação do ministro.
Na noite desta quinta (24), Temer ficou reunido até tarde com os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Justiça, Alexandre de Moraes, para avaliar os impactos políticos e jurídicos do depoimento de Calero.
Para aliados, Geddel tem dito que vai conversar com a família, neste fim de semana, antes de tomar qualquer decisão. Até a noite desta quinta (24), ele resistia em fazer esse gesto.
A crise tomou novas proporções depois da revelação do depoimento de Calero à Polícia Federal, no qual o ex-ministro disse ter sido enquadrado por Temer e revelou que também sofreu pressões do ministro Eliseu Padilha, da Casa Civil.
O Planalto tenta blindar Temer do episódio alegando que o presidente apenas orientou que o caso fosse encaminhado para a Advocacia-Geral da União (AGU).
Interlocutores de Temer acham que Calero, ao gravar o presidente Michel Temer, cometeu um ato ilegal, porque é proibido o acesso ao gabinete presidencial com aparelhos eletrônicos ou celulares.