Estado de Minas: Vendas de materiais de construção despencam
Já a venda de materiais
para as construtoras ainda enfrenta dificuldades com a redução do
financiamento imobiliário, o baixo desempenho no segmento da
infraestrutura, os distratos de apartamentos residenciais e a redução no
ritmo das obras do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). A crise
também inibe investimentos em empreendimentos e reduz a oferta no
mercado imobiliário
As vendas de materiais de construção no país estão em queda livre. E devem
fazer o setor encerrar 2016 com queda de 10% no faturamento, um patamar muito
pior do que o esperado inicialmente, de acordo com projeções da Associação
Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat).
No início do ano, a instituição que representa os fabricantes de produtos
diversos, que vão de tijolos a materiais hidráulicos, estimava uma retração na
ordem de 4,5% nos ganhos. Com o agravamento da crise econômica do país, porém,
a projeção de queda foi ampliada, em junho, para 8% e, agora, para 10%. Em
2015, o setor já amargou baixa de 12,6% nas vendas. Os dados já consideram os
efeitos da inflação.
De acordo com a última pesquisa da Abramat, a comercialização de materiais
de construção caíram 7,2% em setembor, em relação a igual mês de 2015. Na
comparação com agosto, a retração foi de 3,8%. No acumulado do ano, a baixa
totalizou 11,8%, enquanto nos últimos 12 meses, houve uma queda de 13,5%.
Em nota distribuída à imprensa, a associação avaliou que a comercialização
de materiais no varejo ainda continua muito prejudicada pelo alto índice de
desemprego, pela queda na renda dos consumidores e pelas dificuldades de
obtenção de crédito. Isso significa que os tradicionais construtores
“formiguinhas”, que costumam fazer suas próprias construções ou reformas,
pararam de comprar.
Retração
Já a venda de materiais para as construtoras ainda enfrenta dificuldades
com a redução do financiamento imobiliário, o baixo desempenho no segmento da
infraestrutura, os distratos de apartamentos residenciais e a redução no ritmo
das obras do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). A crise também inibe
investimentos em empreendimentos e reduz a oferta no mercado imobiliário.
A pesquisa mostrou que a
queda nas vendas no acumulado do ano foi mais
acentuada entre os materiais de base (13,3%) do que nos materiais de
acabamentos (-9,7%). Tal comportamento sugere que a demanda teve uma
retração maior
no segmento de novas obras, onde há maior consumo de insumos básicos,
como
cimento, areia, ferragens, entre outros.
A Abramat defende que, para se modificar esse cenário no médio prazo,
serão necessárias medidas governamentais que neutralizem os problemas citados
acima, principalmente com relação ao emprego e ao crédito. A pesquisa mostrou
também que a quantidade de pessoas empregadas na indústria de materiais de
construção em setembro no país diminuiu 9,7% na comparação com o mesmo período
do ano passado. Já em relação a agosto, a queda foi de 1,2%.
(Estado de Minas - Notícia - Economia - 12/10/2016)
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