População está insatisfeita com o transporte público
Stefany Leandro
Entre as queixas mais comuns entre os usuários estão o preço, acessibilidade e qualidade do serviço prestado
Superlotação, longo
 tempo de espera e mau estado de conservação dos ônibus.
Esses são 
alguns dos problemas apontados pelos mogianos como principais falhas do 
transporte público municipal de Mogi das Cruzes. 
Para os entrevistados 
pelo Mogi News, o valor tarifário cobrado não condiz com a qualidade do 
serviço prestado. 
A educadora Zuleika Sueli da Silva Camargo,
 de 49 anos, assim como centenas de mogianos, utiliza o coletivo 
diariamente para chegar ao trabalho. 
Segundo ela, que é atendida pela 
linha Conjunto Santo Ângelo, as dificuldades começam já na hora do 
embarque. 
"Os ônibus estão cada vez mais lotados.
Às vezes tenho que 
esperar passar dois ou três para então conseguir entrar, pois muitos 
motoristas nem param. 
Acho isso um desrespeito. 
A gente passa o dia 
inteiro trabalhando e quando finalmente acha que vai descansar, tem essa
 dificuldade para ir para casa", reclamou. 
Já para o operador
 de empilhadeira Francisco Eroles Júnior, de 38 anos, usuário da linha 
Jardim Esperança, o principal problema é a falta de manutenção dos 
veículos.
Isso porque constantemente os carros apresentam alguma falha e
 ficam pelo caminho, sem nem mesmo conseguir cumprir o itinerário.
"O 
que não falta no transporte mogiano é motivo para reclamar. 
Os ônibus 
demoram muito, estão sempre cheios e quando a gente finalmente consegue 
entrar em um, ele quebra. Sem falar que aos fins de semana eles reduzem 
os horários e a gente tem que esperar ainda mais", lamentou.
O
 aposentado Antônio Souza, de 59 anos, por sua vez, se queixa das 
questões ligadas à acessibilidade.
 "Eu moro em Jundiapeba.
Sempre que um
 cadeirante precisa entrar no ônibus o elevador não funciona.
 Não 
adianta nada dizer que é acessível se o equipamento só está lá de 
enfeite", comentou. 
Para a recepcionista Daniela Aparecida 
Miranda, de 24 anos, a maior falha do serviço na cidade é o valor 
cobrado de tarifa. 
"Acho que a gente paga muito caro por uma coisa que 
não funciona. 
Eles aumentam a passagem, mas não a qualidade.
Temos que 
pagar R$3,80 para usarmos ônibus lotados, que sempre quebram e atrasam. 
É
 um absurdo", concluiu.
A mesma opinião é compartilhada pela 
cozinheira Debora Bezerra,27. 
"Eu uso a linha do Jardim Lair e cada dia é
 um problema diferente. A gente passa mais de meia hora no ponto e 
depois temos que enfrentar o ônibus cheio. 
O pior é que o preço não é 
barato. A gente paga caro, mas não vê resultado nenhum, pois sempre que 
aumentam a passagem, o serviço piora ao em vez de melhorar", lamentou.
    
Sistema Troncalizado é alternativa para problemas
A implantação do Sistema Troncalizado no transporte público de Mogi das Cruzes é visto como uma das alternativas mais eficazes para solucionar problemas rotineiros do serviço
A implantação do Sistema Troncalizado no transporte público
 de Mogi das Cruzes é visto como uma das alternativas mais eficazes para
 solucionar problemas rotineiros do serviço, tais como longos intervalos
 entre uma viagem e outra e superlotação. 
A medida está inclusa no Plano
 Mobilidade Urbana do município. 
De acordo com o secretário 
municipal de Transportes, Nobuo Aoki Xioal, o sistema consiste na 
implantação de terminais distritais.
Na prática isso funcionaria como 
linhas circulares que hoje atuam no município. Dessa forma o passageiro 
sai de seu local de origem e segue até determinado ponto, onde faz 
baldeação para chegar ao seu destino.
 "Com isso você tem ônibus 
realizando percursos menores, o que possibilita a realização de mais 
viagens e consequentemente reduz o tempo de espera pelo transporte", 
explicou. 
No entanto, segundo Xiol, a medida não é tão 
simples quanto parece. "Isso tudo requer estudo e conversa com a 
população. 
É preciso abrir caminhos para que os ônibus possam trafegar. 
Não adianta pegar o passageiro e largar no congestionamento", disse. 
Em
 nota, a CS Brasil, uma das responsáveis pelo serviço no município, 
informou que investe constantemente em melhorias e tecnologia para 
aperfeiçoar o atendimento aos usuários. 
"Em 2015 a frota recebeu 
veículos com catraca dupla, o que agiliza o embarque e ajuda a evitar 
filas fora do coletivo. Além disso, os novos veículos são adaptados para
 cadeirantes, com elevadores que contam com dois sistemas - eletrônico e
 manual. 
Caso exista falha no primeiro, é possível acionar manualmente o
 sistema", argumentou. 
Já sobre as condições dos veículos, 
destacou que toda a frota passa por vistoria diária e também manutenção 
preventiva a cada 5 mil quilômetros rodados.
Sugestões de melhorias e 
críticas podem ser realizadas no 0800-771-5077.
A Princesa do Norte foi procurada pela reportagem, mas não se posicionou até o fechamento dessa edição. (S.L.)