Costa Neto é citado em delação de ex-executivo de empreiteira - Ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (PR) estaria envolvido em esquema de corrupção de grandes obras
![]()  | 
| De acordo com o delator, Valdemar fazia parte de um acordo em que havia o pagamento de 5% de propina | 
O nome do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (PR),  foi citado
 na delação premiada do ex-presidente da área de Construção da 
empreiteira Andrade Gutierrez, Rogerio Nora de Sá.
A delação faz parte 
da investigação sobre possível esquema de corrupção envolvendo grandes 
obras ferroviárias no Brasil, nas quais as ferrovias Norte-Sul e a 
Leste-Oeste. 
O depoimento foi realizado no dia 23 de junho de 2016, mas 
só se tornou público após reportagem de anteontem do jornal O Estado de 
S. Paulo.
 A investigação está sendo conduzida pela 
Procuradoria da República em Goiás, com a apoio da Polícia Federal e do 
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). 
Segundo a delação de
 Sá, o esquema das obras ferroviárias envolveria um acordo de 5% de 
propina relativa aos valores dos contratos e que posteriormente esse 
valor teria sido reajustado para menos que o percentual. 
 
Ainda de acordo com o ex-presidente, a Andrade Gutierrez e outras 
empreiteiras participariam de um esquema semelhante a um cartel. 
A Valec
 seria uma delas. Na delação premiada, o executivo diz que "a Valec era 
controlada pelo PR, o qual tinha ascendência muito grande sobre o 
Ministério dos Transportes". 
Em outro trecho, Sá cita que "o político do
 PR com mais ascendência sobre a Valec era o então deputado Valdemar 
Costa Neto".
 Na delação, o ex-presidente cita ainda o nome de
 um diretor da empreiteira, Rodrigo Lopes, que seria responsável pelos 
projetos relativos a Valec.
 No depoimento, Sá diz que "segundo Rodrigo 
Lopes, o então presidente da Valec, João Francisco das Neves, vulgo 
Juquinha, era ligado a Valdemar Costa Neto e que Juquinha coordenou a 
concorrência tanto em seus aspectos lícitos quantos ilícitos".
 O executivo detalhou "que a geração de recursos para o pagamento das 
propinas se fez por meio de inserção dos valores respectivos em 
contratos com empresas contratadas pela Andrade Gutierrez para tocar as 
obras. 
Que a exata mecânica dos pagamentos, isto é, de como o dinheiro 
saía dessas empresas para os funcionários públicos corrompidos não era 
de conhecimento dele". Sá disse ainda, que "nunca esteve com Valdemar 
Costa Neto, mas sabia que a propina era também a ele destinada". 
 Segundo a delação do ex-presidente, ele "não sabe se o pagamento da 
propina chegou a se concretizar, na medida em que seu papel consistia em
 aprovar o ajuste, e não os pagamentos concretamente considerados". 
 Boy foi condenado a prisão pelo envolvimento no escândalo do Mensalão. 
Ele cumpriu pena domiciliar a partir de novembro 2014, no entanto, no 
início deste ano conseguiu um indulto aprovado pelo ministro Luís 
Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

