Frente promove raio-x da Saúde no Alto Tietê
O setor
de ortopedia, em especial de cirurgias de média e alta complexidade, é
um dos grandes gargalos da saúde no Alto Tietê. A demanda reprimida é de
3.550 pacientes, que esperam há anos pelo tratamento.
O número consta
de um diagnóstico técnico elaborado para subsidiar as ações da Frente
Parlamentar Mista para Manutenção de Unidades de Saúde, lançada nesta
semana em Brasília sob a presidência do deputado federal Márcio Alvino
(PR), de Guararema.
O estudo traz informações detalhadas sobre o setor e
aponta onde estão as principais deficiências da Região, como a falta de
leitos obstétricos e de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) – o déficit é
de quase 200; o número insuficiente de centros especializados e
equipamentos para o atendimento da demanda de pacientes portadores de
câncer e com problemas renais que requerem hemodiálise, assim como de
assistência integrada às pessoas com deficiência; as dívidas das Santas
Casas e a cobertura da atenção básica abaixo da média estadual e
nacional.
O
diagnóstico da saúde engloba as 10 cidades do Alto Tietê (Guarulhos
está fora), nas quais vivem 1,5 milhão de habitantes e onde o Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,774, abaixo da média estadual
(0,814). Como um dos reflexos disso, 73% da população - ou 1,1 milhão -
são dependentes do Sistema Único de Saúde (SUS).
As
deficiências na saúde pública da Região se mostram já na cobertura da
atenção básica, que atende só 61,89% da população – mais uma vez, abaixo
da média estadual e nacional.
“O
que mais preocupa nisso é que 40% da população não está coberta pela
atenção básica. Mais do que isso, um terço das internações por condições
sensíveis à rede básica poderiam ser prevenidas se a cobertura na
Região fosse maior”, ressalta Adriana Martins, secretária-executiva da
Frente Parlamentar Mista.
A
falta de leitos é outro gargalo. A Região conta com sete hospitais
públicos (três municipais e quatro estaduais) e cinco Santas Casas.
Essas unidades possuem 1.516 leitos do SUS. Os estudos apontam a
necessidade de pelo menos mais 193 para atender a demanda existente
hoje.
As
principais deficiências estão nas áreas de obstetrícia – faltam 142, de
UTI Neonatal (10), UTI Convencional (17) e UTI Canguru (24), sendo esse
último um serviço inexistente na Região hoje e também voltado para a
criança. (Mara Flôres)
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