Caderneta de poupança - PGR pede para STF adiar mais uma vez julgamento de planos econômicos

Cerca de 400 mil ações estão paradas nos tribunais à espera da decisão.
Para Gilmar Mendes, é preciso haver 'segurança' quanto ao impacto.


Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu nesta terça-feira (27) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que adie mais uma vez o julgamento, previsto para esta quarta (28), das ações que questionam perdas na caderneta de poupança decorrentes dos planos Bresser (1987), Verão (1989), Collor I (1990) e Collor II (1991).
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É preciso ter bastante segurança nessa matéria. Há contas maximalistas e até minimalistas. Não podemos brincar com números nem ver se tem gasolina no tanque acendendo fósforos"
Gilmar Mendes, ministro do STF
No pedido, Janot diz que pretende rever cálculos apresentados pela Procuradoria ao STF que, segundo ele, foram contestados pela Advocacia Geral da União.
Os debates sobre o tema começaram em novembro do ano passado com as sustentações orais das partes e ainda será necessária a fase de votação dos ministros. Inicialmente, o julgamento foi marcado para março, mas foi adiado. O Supremo chegou a anunciar que a análise do caso seria retomada no dia 21 de maio, mas os relatores das ações pediram para retirar o tema da pauta.
Mais cedo nesta terça, após participar de audiência no Senado, Janot não quis adiantar aos jornalistas que pediria o adiamento do julgamento, mas explicou que havia uma divergência entre a PGR e a AGU a respeito de cálculos relativos aos efeitos dos planos econômicos para os poupadores.

“A Procuradoria anexou ao processo cálculos feitos por uma parte técnica. Houve uma impugnação desses cálculos recentemente a informar que teria havido um equívoco da Procuradoria na confecção, na feitura desses cálculos. Eu não sei como o Supremo vai se postar em frente a esse tipo de acidente de percurso no julgamento”, disse o procurador sem adiantar aos jornalistas que pediria posteriormente o adiamento do julgamento dos planos econômicos pelo Supremo.
Ao chegar para a sessão das turmas do Supremo, o ministro Gilmar Mendes, que é relator de um dos processos sobre planos econômicos que tramitam na Corte, disse que é preciso haver “segurança” com relação aos custos de uma eventual decisão do tribunal a favor dos poupadores.

“O importante é que seja um julgamento bem informado. É preciso ter bastante segurança nessa matéria. Há contas maximalistas e até minimalistas. Não podemos brincar com números nem ver se tem gasolina no tanque acendendo fósforos”, disse o ministro.
O que está em discussão
Criados na tentativa de conter a hiperinflação, os planos econômicos alteraram o cálculo da correção monetária dos saldos da poupança. Quase 400 mil processos sobre o tema estão com a tramitação suspensa em diversos tribunais, desde 2010, à espera de uma decisão do STF. Os autores das ações argumentam que tiveram perdas e querem receber os valores corrigidos com base na inflação.
Se o tribunal entender que o percentual utilizado pelos planos foi correto, muitos poupadores não terão direito a receber nada. Nesse caso, o STF poderá avaliar o que fazer com quem já recebeu dinheiro dos bancos por decisão de outros tribunais.
Na hipótese de o Supremo considerar o índice utilizado irregular, a Corte deverá estipular como será feito o pagamento da correção dos saldos da poupança. O governo federal aponta "riscos" ao sistema financeiro e prevê retração no crédito caso os poupadores sejam beneficiados.

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