Mogi das Cruzes - Santa Casa fará greve na próxima segunda-feira


Mogi News
Funcionários atenderão somente os casos de urgência e as consultas que estão marcadas serão canceladas
Cleber Lazo
Da Reportagem Local
Daniel Carvalho
A Santa Casa quer revisão da tabela dos procedimentos pagos pelo Sistema Único de Saúde
A Santa Casa de Mogi das Cruzes vai paralisar o atendimento dia 8 de abril como forma de protesto contra a atual tabela de repasse do Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi confirmada pelo vereador Francisco Moacir Bezerra de Melo Fiho (PSB), o Chico Bezerra, que também é médico na unidade de saúde.

Durante a sessão de ontem na Câmara Municipal, ele apresentou uma moção a favor da mobilização e cobrando providências das autoridades, que será encaminhada a Presidência da República e aos governos estadual e municipal.

Na data marcada para o manifesto, os funcionários atenderão apenas os casos de urgência. Os pacientes que estavam com consultas agendadas também serão prejudicados.

De acordo com o socialista, a instituição de saúde do município vai aderir a uma mobilização nacional organizada pela confederação que representa os hospitais filantrópicos, chamada "Tabela SUS - Reajuste Já". "A última atualização na tabela ocorreu há cinco anos. Hoje, todos os valores estão defasados", disse Chico Bezerra, que preside a Comissão Permanente de Saúde da Câmara Municipal.

O parlamentar explicou que o repasse precisa sofrer um reajuste de, "no mínimo, 100%". Pela atual tabela SUS, uma consulta eletiva custa R$ 10. Caso o paciente precise de medicação, o custo pago pelo sistema sofre um acréscimo de apenas R$ 0,63, independentemente, da quantidade de remédios utilizada. Já a diária de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulta custa R$ 478 para o sistema. Valor que inclui o gasto com todos os medicamentos e, ainda, a assistência de vários profissionais, entre eles médicos, fisioterapeutas, psicólogos e enfermeiros.
"Caso essa tabela não seja revista, em breve, teremos o fechamento de várias Santas Casas, o que ocasionará um colapso no sistema de saúde pública", alertou o vereador.

O hospital mogiano atende cerca de 22 mil pessoas por mês. A defasagem gera um déficit mensal de 40% entre o que é pago pelo SUS e o que realmente é necessário para custear o atendimento. "Dependendo do tipo de procedimento realizado, ele atinge 200% de déficit", explica a moção apresentada pelo parlamentar.

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