Hugo Motta atropela Alcolumbre e abre crise entre Câmara e Senado
Hugo Motta atropela Alcolumbre e abre crise entre Câmara e Senado
O gesto de Hugo Motta (Republicanos-PB) de pautar a urgência da anistia na Câmara abriu uma crise direta com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
A leitura entre senadores é de que Motta atropelou Alcolumbre e rasgou um acordo firmado entre os dois.
Pelo trato, a discussão deveria ter começado no Senado, com um texto mais restrito, voltado à redução de penas para condenados, e não uma anistia ampla.
O clima azedou ainda mais porque o acerto previa que a chamada PEC da Blindagem também não seria conduzida naquele momento, evitando acúmulo de desgastes.
Ao pautar os dois temas, Motta transformou o Senado em alvo da pressão política e deixou Alcolumbre em situação desconfortável.
Nos bastidores, aliados relatam que ele não faz a menor questão de esconder a sensação de traição por parte do presidente da Câmara.

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
A reação no Senado foi imediata.
Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM), Otto Alencar (PSD-BA) e até mesmo a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) se colocaram contra o texto, sinalizando uma frente ampla de resistência.
Alcolumbre, por sua vez, reforçou a autonomia da CCJ e indicou que a tramitação ocorrerá no tempo que a Casa entender adequado.
Segundo fontes, a irritação de Alcolumbre se explica também pelo fato de que, nesta mesma semana, Motta teria se alinhado com ele em conversas privadas e, logo depois, agido de forma contrária.
O movimento foi comparado por parlamentares ao episódio do IOF, quando Motta em um dia prometeu acordo com o governo e no outro partiu para o confronto, derrubando a medida e escalando a disputa contra o Planalto.
Para senadores, Motta tenta imprimir uma força que não tem.
O resultado tem sido uma sucessão de desgastes e impasses institucionais que acabam colocando o senado como uma espécie de “babá” da Câmara dos Deputados.
O recado, hoje, é claro: a cada movimento unilateral de Hugo Motta, a relação entre as duas Casas se deteriora ainda mais e a percepção é de que se repete o mesmo padrão de traições que tem marcado a sua condução.
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