Musk usa Brasil como laboratório da extrema-direita, diz maior revista de tecnologia do mundo


Publicado por Diario do Centro do Mundo
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Atualizado em 9 de abril de 2024 às 18:47

Musk usa Brasil como laboratório da extrema-direita, diz maior revista de tecnologia do mundo 

A Wired, principal revista de tecnologia do mundo, mostra como o empresário Elon Musk – proprietário do X (ex-Twitter) usa a plataforma de microblog para influenciar a política mundial. Segundo a revista, o Brasil seria um “laboratório de intervenção política”.

“O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abrirá uma investigação contra Musk por obstrução da justiça, depois que Musk reativou contas de extrema-direita que o governo brasileiro havia sinalizado para remoção. O anúncio veio depois que Musk pediu que o ministro Alexandre de Moraes, que chefia o TSE do país, ‘sofresse impeachment’”, escreve Vittoria Eliott.

Embora o tribunal não tenha divulgado a lista de contas bloqueadas, o Estadão informou que o influenciador bolsonarista Allan dos Santos é um dos bloqueados. (Santos fugiu do país em 2020 para não ser investigado por disseminação de fake news) A lista também inclui o YouTuber Bruno Aiub, conhecido como Monark, e o empresário Luciano Hang, adiciona a Wired.

Musk reativou as contas de Carla Zambelli, Gustavo Gayer e Nikolas Ferreira. Ferreira, um apoiador de Bolsonaro, questionou abertamente as urnas eletrônicas, embora tenha sido o deputado federal mais votado da história do Brasil. “Todos esses nomes têm causado problemas há anos nas redes”, diz Flora Arduini, diretora de campanha da ONG de defesa de direitos Ekō. “Há muito tempo que o X impulsiona a extrema-direita”. 

Quando Musk comprou o Twitter em 2022, mais tarde renomeando-o como X, muitos ativistas no Brasil temiam que ele abusasse da plataforma para promover sua própria agenda, diz Flora. “Ele está intimidando um juiz da Suprema Corte de um país democrático e está mostrando que usará todos os recursos para pressionar por tudo que favoreça seus interesses empresariais”, acrescentou a diretora da ONG.

Sob a batuta de Musk, o X tornou-se um refúgio para a extrema-direita e a desinformação, diz a Wired. Ele ofereceu anistia aos usuários então banidos da plataforma, incluindo o influenciador de direita Andrew Tate, que, junto com seu irmão, foi indiciado na Romênia por diversas acusações, inclusive de estupro e tráfico de pessoas em junho de 2023.

Elon Musk tem atacado o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Reprodução

Um estudo de 2023 revelou o aumento do discurso de ódio no X. A situação no Brasil é apenas o mais recente exemplo de Musk promovendo movimentos de extrema-direita em todo o mundo, dizem especialistas à WIRED. “Não se trata do Twitter ou do Brasil. Trata-se de uma estratégia da extrema-direita global para solapar as instituições democráticas no mundo todo”, diz Nina Santos, pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia.

“Isto ocorre no momento em que o Brasil continua a investigar os preparativos para 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas se recusaram a aceitar a vitória de Lula e invadiram o Congresso brasileiro”, diz a revista. O tribunal eleitoral do país investiga fake news que questionaram a lisura do processo eleitoral no Brasil. Flora e Nina acreditam que as contas que Musk se recusa a remover provavelmente estão ligadas à investigação do TSE.

“Recentemente ocorreu no Brasil uma luta de vida ou morte pelo Estado Democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação em conformidade com o devido processo legal”, disse Luís Roberto Barroso, presidente do STF, em um comunicado sobre os comentários de Musk. Nina Santos teme que Musk esteja estabelecendo um precedente de que a extrema-direita será protegida em sua plataforma, independentemente das leis locais: “Eles estão usando o Brasil como um laboratório para interferir na política”.

Embora Musk alegue ser um defensor da liberdade de expressão, a aplicação desses princípios pela plataforma tem sido desigual. Em fevereiro, por ordem do governo indiano, o X bloqueou as contas de duas organizações sem fins lucrativos sediadas nos EUA que rastreiam incidentes de violência perpetrados por apoiantes do governo de direita do país. Em março, o X bloqueou as contas de vários jornalistas depois deles terem identificado um cartunista neonazi, alterando os seus próprios termos de serviço para justificar a decisão.

“Temos uma noção de direito digital diferente da dos EUA. É mais parecido com o conceito europeu de liberdade de expressão”, diz João Brant, secretário de política digital da Secretaria de Comunicação Social do Brasil. “Você pode discutir as eleições, é claro. O problema foi afirmar que houve fraude e que a Justiça Eleitoral não agiu. É perfeitamente normal discutir ordens judiciais, mas também é importante cumpri-las”, disse Brant. 

https://www.diariodocentrodomundo.com.br/musk-usa-brasil-como-laboratorio-da-extrema-direita-diz-maior-revista-de-tecnologia-do-mundo/


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