'Tentaram corromper a PRF para não deixar pobre votar', diz Lula
Um dia após a prisão de Silvinei Vasques, Lula afirmou que houve uma 'tentativa de restringir o direito de voto dos menos privilegiados'. "Contudo, essa empreitada não prevaleceu"
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022, um dia depois da prisão do ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques. Em discurso nesta quinta-feira (10), durante o anúncio de investimentos no Rio, Lula afirmou que houve uma tentativa de corromper a PRF com o propósito de suprimir o voto dos menos favorecidos. "Houve uma tentativa de corromper a PRF para restringir o direito de voto dos menos privilegiados. Contudo, essa empreitada não prevaleceu, pois a força divina superou tais esforços. Não imaginaram que sairíamos vitoriosos nas eleições", disse o presidente.
Silvinei, que está no foco da Operação Constituição Cidadã, é suspeito de usar recursos públicos para atrapalhar no desenrolar do segundo turno das eleições de 2022. Como estão investigando se ele direcionou a PRF para intensificar fiscalizações em áreas que deram maioria de votos a Lula no primeiro turno, com o intuito de dificultar o acesso dos candidatos aos locais de votação. Vale mencionar que Silvinei é um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. A PF está propondo um acordo de delação premiada ao ex-diretor da PRF.
Lula está envolvido em diversos compromissos na capital fluminense até sexta-feira, dia 11, incluindo o lançamento do Novo PAC, um plano planejado do governo federal para investimentos no segundo semestre deste ano. O governo federal anunciou que vai entregar R$ 820 milhões para a construção de um Anel Viário no local, além de injetar R$ 1,8 bilhão para recuperar o sistema do BRT, com foco na linha colorida para essa região.
Polícia não pode confundir pessoas pobres com bandidos
Durante o evento no Rio, o presidente Lula criticou a morte de inocentes por policiais, afirmando que pobres não podem ser confundidos com criminosos. "O povo da periferia precisa ser tratado com respeito para que nunca aconteça o que aconteceu com um menino que foi assassinado por um policial despreparado", disse Lula.
"A gente não pode culpar a polícia, mas a gente tem que dizer que um cidadão que atira num menino que já estava caído é irresponsável e não estava preparado do ponto de vista psicológico para ser policial."
Segundo Lula, o governador e o presidente precisam trabalhar juntos para criar condições para que a polícia seja eficaz no combate ao crime.
"Mas, ao mesmo tempo, essa polícia tem que saber diferenciar o que é um bandido do que é um pobre que anda na rua", disse o presidente, que estava no mesmo palco do governador fluminense Cláudio Castro, durante evento na zona oeste da cidade.
O presidente fez o mesmo comentário em sua conta no X, antigo Twitter, citando a morte do menino Thiago Menezes, de 13 anos.
O adolescente morreu durante operação policial na última segunda-feira (7), na Cidade de Deus, na zona oeste do Rio.
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