Lula diz que Lira nunca pediu ministérios: “Se pedir, a gente avalia”
Após críticas de Arthur Lira à articulação do governo, Lula diz que não pensa em reforma
atualizado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou, na tarde desta quinta-feira (1º/6), que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tenha pedido ministérios em troca de apoiar o governo. Lula lembrou que o partido de Lira é oposição, mas, mesmo assim, deixou uma porta entreaberta para futuras.
“Não pediu nem poderia pedir, porque o PP é um partido de oposição, [que] tem gente que vota com a gente”, iniciou Lula, ao falar com jornalistas no Palácio Itamaraty, após reunião bilateral e almoço com o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö.
“O PP já teve ministro em governos do PT. O PP teve dois ministérios no governo da Dilma. Não é problema”, continuou Lula. “Se ele pedir, a gente vai avaliar, mas até agora eu nunca ouvi o Lira pedir ministro”, completou o presidente.
Fontes do PT, porém, revelaram ao Metrópoles que o presidente da Câmara estipulou condições para se aproximar do governo e não colocar em dúvida a aprovação de pautas importantes, como a medida provisória que redesenhou a Esplanada. Lira teria exigido designar aliados para o Ministério da Saúde e para as três pastas hoje ocupadas por indicados do União Brasil: Comunicações, Turismo e Integração Nacional.
Por fim, Lula negou que esteja planejando uma reforma ministerial após a dificuldade na articulação, que teve seu ponto mais crítico nesta semana.
“Não está na minha cabeça fazer reforma, a não ser que aconteça uma catástrofe que eu tenha de mudar. Mas, por enquanto, o time está jogando melhor do que o Corinthians”, comparou presidente, que é corintiano.
Crescimento do PIB
Na mesma entrevista, Lula comentou o crescimento do Produto Interno Bruto no Brasil no primeiro trimestre deste ano, que subiu 1,9%, acima das expectativas do mercado.
“Nós trabalhamos para o PIB crescer, eu estou confiante no PIB. Eu tenho dito com o companheiro Haddad [ministro da Fazenda]. que a gente vai crescer mais do que a estimativa que o FMI [Fundo Monetário Internacional] está fazendo, porque como nós já recuperamos todas as nossas políticas sociais e o dinheiro começa a circular junto às pessoas mais pobres desse país, essas pessoas vão virando consumidor, esse consumo vai gerando mais comércio, esse comércio vai gerando mais emprego, esse emprego vai gerando mais salário, esse salário vai gerando mais emprego, mais consumo”, enumerou o presidente.
“Eu acho que o PIB vai crescer mais do que o FMI prevê, eles vão ficar surpresos com a nossa economia. Agora nós vamos começar a anunciar um projeto de investimento em infraestrutura e as coisas vão acontecendo”, completou ele.
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