Vale corona virou Bolsa Popularidade do capitão... Por: JOSIAS DE SOUZA - UOL.

O auxílio mensal de R$ 600 que o governo vem pagando desde abril não socorreu apenas os brasileiros pobres abalroados pela pandemia. 

O vale corona exerceu sobre a popularidade de Jair Bolsonaro um efeito anabolizante. 

Tornou-se uma espécie de Bolsa Popularidade...
 
O índice de aprovação do presidente subiu de 32% para 37% no intervalo de dois meses, informa o Datafolha. 

Um salto de cinco pontos percentuais, dos quais três vieram de desempregados e trabalhadores informais, clientes do socorro do Tesouro Nacional....

pesquisa ajuda a explicar por que Bolsonaro encosta sua Presidência numa agenda populista, distanciando-se do liberalismo de Paulo Guedes. 

A última parcela do auxílio emergencial será paga em setembro. E o presidente quer colocar algo no lugar. 

Sem dinheiro, o grande desafio é evitar que o tônico vire um veneno..

A ideia de furar o teto existe, o pessoal debate. 

"Qual o problema?", indagou Bolsonaro numa live transmitida nas redes sociais na noite de quinta-feira, apenas 24 horas depois de ter assegurado em entrevista que respeitaria os limites do teto de gastos públicos.

Olhado de esguelha pela oligarquia empresarial e pela turma do mercado financeiro, Bolsonaro deu de ombros: "Esse mercado tem que dar um tempinho também, né? Um pouquinho de patriotismo não faz mal a eles, né?".

No momento, Bolsonaro cultiva duas obsessões: criar o Renda Brasil, irmão mais gordo do Bolsa Família, e colocar em pé o plano de obras Pró-Brasil, primo pobre do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Ironicamente, a agenda populista do capitão tem um aroma petista.

A desaprovação de Bolsonaro despencou de 44% para 34%. O melhor desempenho relativo foi observado no Nordeste, uma cidadela do PT. 

Ali, a rejeição a Bolsonaro despencou de 52% para 35%. A aprovação subiu de 27% para 33%. Continua sendo a mais baixa entre as regiões do país. Mas deu um salto de seis pontos percentuais..

Afora o vale corona, que estimula o brasileiro pobre a avaliar Bolsonaro com o bolso, o que há de diferente no presidente é a língua

Ela vem sendo mantida na coleira desde 18 de junho, quando foi preso o amigo Fabrício Queiroz, operador do clã Bolsonaro. 

O timbre moderado rende dividendos políticos ao capitão. 


** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.https://noticias.uol.com.br/

Postagens mais visitadas deste blog