Após queda de governo no Líbano, Temer avalia se aceita convite para chefiar missão - À Jovem Pan, ex-presidente cita acirramento de protestos e risco de estouro de guerra civil; até amanhã Temer irá resolver se pede autorização à Justiça para sair do Brasil

 O ex-presidente Michel Temer (MDB) avaliará até a manhã desta terça-feira, 11, se pedirá à Justiça autorização para viajar ao Líbano como representante da missão humanitária enviada pelo governo brasileiro. 

  • Por Gabriel Bosa
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  • 10/08/2020 18h18 -

Por estar envolvido em investigações da operação Lava Jato, Temer só pode sair do país com autorização do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. 

À Jovem Pan, o ex-presidente afirmou que esperará os desdobramentos da renúncia do primeiro-ministro libanês e dos protestos que tomam conta de Beirute para formalizar a autorização para sair do país. 

“Até amanhã pela manhã teremos que solucionar isso. O primeiro ponto é o grande tumulto nas ruas, depois houve a renúncia do primeiro-ministro, e o terceiro ponto é a possibilidade de estourar uma guerra civil.” 

Apesar de ainda não ter sido oficializado como representante brasileiro, Temer está articulando com a comunidade libanesa no país a arrecadação de insumos e donativos. Nesta segunda, o ex-presidente participou de um encontro com empresários árabes no Brasil.

O ex-presidente disse estar confiante de que, caso solicitada a autorização para sair do país, a Justiça Federal irá conceder. O magistrado Marcelo Bretas, no entanto, negou em duas oportunidades, em 2019, as autorizações para que o ex-presidente deixasse o Brasil para proferir palestras na Inglaterra, em outubro, e na Espanha, em novembro e dezembro. Nas duas ocasiões, a defesa de Temer conseguiu o aval após entrar com recurso na segunda instância do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou na manhã deste domingo, 9, que convidou Michel Temer, que é filho de imigrantes libaneses, para chefiar a missão humanitária no país árabe. 

O presidente anunciou também que vai enviar, nos próximos dias, um avião da FAB com medicamentos e insumos básicos de saúde reunidos pela comunidade libanesa erradicada no Brasil

Além disso, será enviado via marítima 4.000 toneladas de arroz. O governo federal também está acertando o envio de uma equipe técnica para colaborar na perícia da explosão.

Além da entrega dos materiais, Temer afirmou que o Brasil pode cooperar com o Líbano por meio de atividades diplomáticas para a pacificação do país. “Fiquei bastante surpreso e honrado com o convite. Eu faço parte da primeira geração de libaneses no Brasil, e inclusive tenho parente lá. Já fui ao Líbano em duas oportunidades e acredito que o Brasil possa colaborar com a situação”, disse o ex-presidente à Jovem Pan. Beirute enfrenta o terceiro dia seguido de protestos após a explosão que deixou mais de 150 mortos, além de 5.000 feridos e dezenas de desabrigados, na terça-feira da semana passada. 

O premiê libanês, Hassan Diab demitiu todo o gabinete do governo e renunciou ao cargo em discurso transmitido pela televisão nesta segunda.

https://jovempan.com.br/noticias/brasil/apos-queda-de-governo-no-libano-temer-avalia-se-aceita-convite-para-chefiar-missao.html

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