“O Brasil pós-Bolsonaro” - Por: Marco Antonio Villa

Independentemente do que possa ocorrer com o governo Bolsonaro, o ideal seria que terminasse, constitucionalmente, o mais rápido possível, não é exagero pensar como será o Brasil após passar por esta tormenta destrutiva, a maior das últimas três décadas. 
O País terá de fazer um balanço: o que aprendemos com tanta tensão política, econômica e social. 
Demos um grande salto para trás.
Estamos sem rumo na economia e teremos de encontrar, urgentemente, um caminho que aproveite as nossas potencialidades e que permita retomar o crescimento em meio a mais grave crise econômica da história republicana. 
Não será tarefa fácil. 
Perdemos muito tempo com discussões inúteis e oportunidades foram desperdiçadas. 
Em escala mundial deixamos de ser um porto seguro para investimentos, isto em um mundo a cada dia mais competitivo. 
Foi-se o tempo que  o Brasil era um dos lugares preferenciais para receber capitais — especialmente os vinculados diretamente à produção. 
Na época a Guerra Fria estava vedado ao grande capital internacional boa parte do mundo, como a União Soviética, os países satélites da Europa oriental, a China, o sudeste asiático e mesmo a África, ainda vivendo o processo independentista e todas as suas mazelas. 
O panorama, hoje, é muito distinto. 
É necessário oferecer estabilidade política e boas oportunidades de negócio, tudo o que, neste momento, não temos.
A reconstrução terá de ser realizada olhando para os mais afetados pela crise. 
O Brasil pós-pandemia estará mais pobre do que antes da chegada do coronavirus. 
Vai piorar não só o produto interno bruto — a recessão poderá chegar, de acordo com o FMI, a 9% — como os índices de empregabilidade, de concentração de renda. 
A massa salarial vai ser brutalmente reduzida. Milhares de empresas vão fechar. 
Somos, hoje, um Estado-pária na comunidade internacional. 
Ao isolamento político já está sendo agregado o componente econômico.
Nossas exportações também encontrarão problemas. 
Poderemos ser considerados internacionalmente um País de infectados — Trump foi o primeiro a jogar esta pecha. 
Os episódios dos últimos dias sobre  as exportações de carne para a China fazem parte deste processo. 
E as contas públicas, como ficarão? 
Vão ser mantidos os auxílios e programas emergenciais? 
As micro, pequenas e médias empresas vão ser salvas? 
Vai aumentar a carga tributária? 
São muitas perguntas, todas sem respostas. 
Mas uma coisa é certa: com este governo não poderemos enfrentar e vencer a crise mais grave da nossa história.

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