Witzel se diz perseguido e defende prisão de Flávio Bolsonaro

Em um pronunciamento, realizado no início da tarde desta terça-feira (26), o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), se defendeu a respeito da investigação que apura fraude na Saúde do estado, disse que é vítima de "perseguição política" e afirmou que o senador Flávio Bolsonaro deveria estar preso.
Da CNN, em São Paulo
"Com todas as provas que temos contra ele, dinheiro espécie depositado em conta corrente, bens injustificáveis, o senador Flavio Bolsonaro deveria estar preso"
Sobre a investigação, Witzel disse que a busca contra ele "resultou em absolutamente nada"
"A Polícia Federal deveria fazer o seu tratamento deveria fazer o seu trabalho com a mesma celeridade que tem feito no Rio de Janeiro", declarou. 
O governador afirmou que o mesmo vai acontecer com outros governadores. "O que aconteceu comigo vai acontecer com outros governadores que forem considerados inimigos"
Ele disse estar com a consciência tranquila. 
"Acusações levianas estão sendo feitas em relação a mim, mas tudo isso será demonstrado de forma clara e precisa nos processos que tramitam no STJ [Superior Tribunal de Justiça]".
Operação Placebo
Nesta terça-feira (26), a Polícia Federal (PF) cumpre mandados de busca e apreensão em vários endereços no Rio de Janeiro e em São Paulo
Entre os endereços, as equipes foram até o Palácio das Laranjeiras, residência oficial de Wilson Witzel, na casa onde ele morava antes de ser eleito.
Os agentes da PF também fizeram bsucas no endereço onde fica o escritório em que Helena Witzel, primeira-dama do estado atua, e na casa do ex-subsecretário de saúde, Gabriell Neves, no Leblon, zona sul da capital fluminense.
A Operação Placebo apura desvios na saúde pública do Rio em negociações de emergência durante a pandemia do novo coronavírus.
Em nota, Witzel negou qualquer tipo de participação em irregularidades nas denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal e acusou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de oficializar a interferência na Polícia Federal.
Operação contra governadores
Na segunda-feira (25), a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) afirmou, durante em entrevista à Rádio Gaúcha, que a Polícia Federal deflagaria nos próximos meses operações contra governadores.
“Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará”, afirmou Witzel.
“A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos", afirmou o governador do Rio de Janeiro.
Em entrevista à CNN, Carla Zambelli negou que tenha recebido informações privilegiadas sobre operações da Polícia Federal e disse que não divulgaria nada que pudesse prejudicar o governo do presidente Jair Bolsonaro.
“Foi uma coincidência? Não só isso. Se eu soubesse e tivesse informação privilegiada... eu não pareço ser uma pessoa burra, poderia até ser, mas não sou. Eu falaria isso publicamente se tivesse informação privilegiada?”, afirmou. 
Nova direção na PF do Rio
Em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), publicada na noite desta segunda-feira (25), o delegado Tácio Muzzi Carvalho e Carneiro foi oficializado como novo superintendente regional de Polícia Federal no Rio de Janeiro. 
A indicação de Muzzi já era esperada.
A condução de Muzzi ao cargo foi assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Tercio Issami Tokano, que referendou diversas outras nomeações na mesma edição do Diário Oficial, incluindo mudanças na chefia da PF em outros estados.
A direção da Polícia Federal no Rio de Janeiro está no centro das divergências entre Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que acusou o presidente de tentar interferir na corporação.
Segundo depoimento de Moro na investigação que apura o caso, o presidente teria dito ao então ministro que ele "tinha 27 superintendências da Polícia Federal" e que ele, Bolsonaro, "queria apenas uma, a do Rio de Janeiro".

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