As quatro lições de Abilio Diniz para não desanimar na crise da Covid-19

Aos 83 anos, pai de seis filhos e um dos maiores empresários do país, Abilio dos Santos Diniz, mais conhecido como Abilio Diniz, tem como meta principal de vida a busca por “longevidade com qualidade”. 
Do CNN Brasil Business, em São Paulo
30 de Maio de 2020 às 07:34 | Atualizado 30 de Maio de 2020 às 10:52

O paulistano pratica uma rotina de exercícios físicos de duas horas diárias e se classifica como “otimista”, mesmo em meio à crise mais “violenta” que já enfrentou, a causada pela Covid-19.
Como forma de ajudar a micro e pequenos empresários, impactados pela pandemia, decidiu apostar em um programa para dar o suporte a esse nicho, a partir de empréstimos a juros reduzidos, em um montante que soma R$ 20 milhões. Chamado de 'Estímulo 2020’, e criado junto com o empresário Eduardo Mufarej, oferece financiamento com juros de 4% ao ano, carência de três meses e parcelamento até 15 vezes.
Parte do projeto inclui mentoria com o próprio Abílio, em que ele diz não dar “palavra mágica”, ou “dica de sobrevivência” — mas aponta oportunidades, para além da crise. Como membro do conselho de administração do Carrefour global e presidente da Península Participações, o bilionário tem experiência empresarial acumulada. Confira alguns dos ensinamentos dados por ele, em entrevista à CNN Brasil, para atravessar da melhor forma a turbulência atual.
1. Vai ter fim 
Abilio reconhece que já enfrentou muitas crises ao longo da vida, mas define a atual como a mais "violenta". Ainda assim, diz que este momento tem uma característica comum a instabilidades anteriores: tem começo, meio e fim. "É preciso que as pessoas tenham isso muito claro: vai ter fim. Um dia vai terminar", afirma. 
O momento em que isso acontecerá não é claro, mas, no pior cenário, prevê até 18 meses — tempo em que seria suficiente o desenvolvimento e comercialização de uma vacina, o que, segundo ele, colocaria fim à crise. 
2. Separar medos reais de imaginários 
Para o empresário, a crise fica muito mais fácil de gerenciar se houver uma separação de realidade e fantasia. "Se ficarmos só com medos reais, é possível que consigamos administrá-los bem. Agora os imaginários são muito mais complicados", afirma. 
Na avaliação do empresário, os medos definidos como imaginários perturbam mais, pois atrapalham o sono, e fazem com que as pessoas acordem pensando nesses temores. "Tem que distinguir e não sair fora da realidade."
3. Ter serenidade 
"Se não está sereno, como vai administrar as coisas?", questiona o empresário. Para Abilio, serenidade é um valor-chave para "agir bem" e ter controle dos negócios e também da vida emocional. 
Esse exercício, acrescenta, é aplicado em causa própria. Diniz afirma que, apesar de ser menos impactado que outros empresários, menores e mais vulneráveis, conhece muitas pessoas que sofrem na esteira da recessão que já mostrou um pouco da força no resultado do PIB do primeiro trimestre. "Também estamos envolvidos, sofrendo pelas pessoas, muita gente que conhecemos", diz. 
4. Não perder a esperança 
O quarto e último conselho é ter fé. Ao longo da vida, diz Abílio, perde-se muita coisa, a exceção da esperaça — algo difícil de subtrair do ser humano, diz. 
"Não podemos perder a esperança. É isso que pretendo passar para as pessoas que buscam a minha mentoria, para que consigam se manter otimistas em relação ao cenário atual", finaliza. 

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