Bolsonaro participa de manifestação em Brasília neste domingo (24)

O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), foi ao encontro dos manifestantes neste domingo (24) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. 

Bolsonaro estava acompanhado pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e pelos deputados Hélio Lopes e Carla Zambelli, ambos do PSL. 

O presidente caminhou na pista entre a Praça dos Três Poderes e o Palácio do Planalto, onde acenou e interagiu com os apoiadores. 
“Nós vamos ganhar essa guerra”, afirmou o ministro Augusto Heleno, durante a caminhada. “O risco é calculado e vai dar tudo certo.” 
Antes de se aproximar, Bolsonaro sobrevoou a região de helicóptero, junto ao ministro, para "olhar [a manifestação] de cima", afirmou uma fonte à CNN
As manifestações ocorrem dois dias após a divulgação do vídeo da reunião ministerial em 22 de abril. O ato começou na manhã deste domingo (24). Manifestantes com bandeiras do Brasil passaram de carro e a pé em frente à Esplanada dos Ministérios, guiados por um carro de som.
Reunião ministerial
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril na sexta-feira (22). Em sua decisão, o ministro afirmou que "ninguém está acima da autoridade das leis e da Constituição da República". O ministro argumenta que, por isso, a investigação de crimes eventualmente atribuídos ao presidente é legítima.
No mesmo dia, Bolsonaro disse que no vídeo não contém "nenhum indício de interferência na Polícia Federal".


Segundo o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, foi nesta reunião ministerial que Bolsonaro teria manifestado a intenção de interferir politicamente na Polícia Federal (PF), além de ter acesso a relatórios de inteligência da instituição. 
Na reunião, Bolsonaro disse: "Eu tenho o poder e vou interferir em todos os ministérios, sem exceção. Nos bancos eu falo com o Paulo Guedes, se tiver que interferir. Nunca tive problema com ele, zero problema com Paulo Guedes. Agora os demais, vou! Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações. Eu tenho as inteligências das Forças Armadas, que não tenho informações. Abin tem seus problemas, tenho algumas informações".
O presidente também diz que teria tentado trocar "gente da segurança nossa no Rio de Janeiro" e que não teria conseguido. "Não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira."
Uma hora depois de o ministro Celso de Mello liberar o vídeo da reunião ministerial, o presidente se manifestou em suas redes sociais. No Twitter, publicou uma breve mensagem com seu slogan de campanha: "Brasil acima de tudo". No Facebook, Bolsonaro publicou um trecho da reunião com a mensagem: "Mais uma farsa desmontada; Nenhum indício de interferência na Polícia Federal".
A defesa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro disse que os diálogos revelados neste sábado (23) provam tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal. Em nota, afirmou na manhã deste domingo (24) que “as declarações do presidente da República demonstram, de maneira inquestionável, sua vontade de interferir indevidamente na Polícia Federal. Esses elementos probatórios somam-se às demais diligências investigatórias, inclusive ao vídeo da reunião de 22 de abril, comprovando as afirmações do ex-ministro Sergio Moro”.
De acordo com apuração da CNN, integrantes da equipe do procurador-geral da República, Augusto Aras, avaliam reservadamente que o conteúdo do vídeo não traz novos elementos nem provas que fortaleçam a investigação.
Da CNN, em São Paulo

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