Governo não deve insistir em pontos sensíveis da Reforma da Previdência, avalia Meirelles - Secretário da Fazenda de São Paulo e ex-ministro da Fazenda avaliou que o foco do Governo Federal para aprovar a reforma tem que ser a negociação. Segundo ele, pontos sensíveis, como diminuir o valor de benefícios a idosos que não têm como se sustentar, precisam ser negociados logo para não levar a discussão a um ponto de estresse.

Henrique Meirelles , secretário da Fazenda do estado de São Paulo. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil (Crédito: )
Henrique Meirelles , secretário da Fazenda do estado de São Paulo. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O secretário da Fazenda de São Paulo e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou, em entrevista ao Jornal da CBN nesta terça-feira (26), que o Governo Federal não deve insistir em pontos sensíveis da Reforma da Previdência. 

Em sua avaliação, o foco, neste momento, tem que ser a negociação para garantir a aprovação do projeto. "Agora, o protagonismo é do Congresso Nacional. É ai que tem que estar toda a estratégia neste momento", disse.

Entre os pontos considerados sensíveis pelo secretário está a mudança no pagamento a idosos que não têm meios de se sustentar. 

Hoje, eles recebem um salário mínimo a partir dos 65 anos. 

O novo texto prevê que eles recebam, a partir dos 60 anos, R$ 400. 

E só aos 70 passarão a receber o salário mínimo integral. 

Para Meirelles, "essa tentativa é válida, mas não deve ser insistida nesses tempos de maior resistência" para não forçar em torno de um conceito e levar a discussão a um ponto de estresse. 

Meirelles citou ainda a questão dos trabalhadores rurais. Para ele, esse é um ponto importante e que demanda uma atenção especial por ser uma situação um pouco mais complexa do ponto de vista operacional. 

"É um contingente importante que tem que ser olhado com atenção", disse. 

O ex-ministro da Fazenda afirmou que o texto apresentado ao Congresso Nacional pelo Governo Bolsonaro tem "os mesmos pontos fundamentais" da proposta feita pelo então presidente Michel Temer. "A linha é a mesma, a essência é a mesma. O que estamos discutindo é qual é a abordagem de negociação com o Congresso". 

Meirelles ressaltou que as circunstâncias para aprovação hoje são diferentes, uma vez que estamos em um início de governo e com um presidente que chegou ao poder através de eleições diretas. "Vamos aguardar como isso se desenvolve", concluiu.

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