Temer diz que aproveita impopularidade para adotar medidas de interesse do país
O presidente Michel Temer relativizou a importância da popularidade 
durante seu período na Presidência da República. 
Ele repetiu o que já 
falara em discursos anteriores sobre ter aproveitado a impopularidade de
 seu governo para fazer o que julga necessário para o país. 
E 
acrescentou que, às vezes, fazer o que o povo quer “leva à crucificação 
de Cristo”.
“Eu fiz, aproveitando a impopularidade. Muitas vezes o
 que o povo quer leva à crucificação de Cristo, que depois foi 
santificado. [Ou seja,] Leva a movimentos autoritários que nós 
desprezamos”. 
Temer citou a importância do diálogo do governo com o 
Congresso. Disse que governa junto com os parlamentares que, segundo 
ele, são os representantes da sociedade no processo de governança.
Temer discursou durante o 3° Simpósio Nacional de Varejo e Shopping, 
em Foz do Iguaçu (PR). 
Em sua fala, ele disse também da importância do 
respeito à Constituição e afirmou que tomar decisões com base nas 
aspirações populares é “desorganização”.
“Muitas vezes as pessoas
 dizem 'essa história de cumprir a ordem jurídica é relativa, o que nós 
precisamos é verificar quais são as aspirações populares e decidir de 
acordo'. 
E isso é a maior revelação de desorganização”, disse.
“E quando
 nós temos uma Constituinte para constituir uma sociedade, é para fixar 
regras para que o povo participante possa saber quais são as regras do 
jogo”, completou.
Como tem sido hábito em seus discursos, o 
presidente resgata vários atos de seu governo. 
Dentre eles, a fixação de
 um teto de gastos públicos e as reformas do ensino médio a trabalhista. 
Lembra ainda da queda da inflação e da taxa básica de juros, ambas 
durante o seu governo.
Temer também disse que espera, até o fim 
do mandato, dar andamento às reformas que ainda não concluiu. 
Ele 
ressaltou que a reforma da Previdência, apesar de ter esfriado no 
Congresso, continua na pauta política, uma vez que o déficit da 
Previdência persiste.
Para o presidente, os candidatos ao 
Planalto deverão debater soluções para isso na campanha eleitoral deste 
ano. 
Ele também afirmou que tentará pautar a reforma tributária antes do
 fim do ano. 
“Espero poder concluir o governo com isso [resolvido]. Se 
não aprovado, pelo menos muito bem encaminhado”.
Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil 
 Edição: Aécio Amado