Ministro Edson Fachin nega novo recurso de Lula
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin negou
 neste sábado (7) o recurso apresentado ontem (6) pela defesa do 
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suspender a decisão do juiz
 federal Sérgio Moro que determinou a execução provisória da pena de 12 
anos e um mês de prisão na ação penal do triplex do Guarujá (SP).
No
 recurso, a defesa de Lula sustentava que Moro não poderia ter executado
 a pena de prisão porque não houve esgotamento dos recursos no Tribunal 
Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda instância da Justiça 
Federal. 
Para os advogados, a decisão do STF que autorizou, em 2016, as 
prisões após condenação em segunda instância, deve ser aplicada somente 
após o trânsito em julgado no TRF4.
 Ao negar o pedido, Fachin citou que a jurisprudência atual do Supremo
 Tribunal Federal (STF) que permite a prisão em segunda instância e 
lembrou a decisão do plenário que na última quarta-feira (4) negou o habeas corpus preventivo do ex-presidente Lula.
“Como
 se vê, o cerne do pronunciamento do Plenário reside na compatibilidade 
constitucional da execução de pena assentada em segundo grau de 
jurisdição, salvo atribuição expressa de efeito suspensivo ao recurso 
cabível. 
Segundo compreendeu o Tribunal Pleno, portanto, o cumprimento 
da pena, em tais circunstâncias, constitui regra geral, somente 
inadmitido na hipótese de excepcional concessão de efeito suspensivo 
quanto aos efeitos do édito condenatório”, disse Fachin.
“Cumpre 
registrar que o Plenário desta Suprema Corte decidiu, recentemente (HC 
152.752/PR, julgado em 4.4.2018), que a determinação de execução da pena
 imposta ao paciente não representa ato configurador de ilegalidade ou 
abuso de poder”, acrescentou.
Histórico
Ontem
 (6), a defesa do ex-presidente havia pedido que o recurso, protocolado 
no início da noite, fosse encaminhado para o ministro Marco Aurélio, que
 é contra a prisão em segunda instância. No entanto, a seção responsável
 pela distribuição das ações entendeu que o caso deveria ser relatado 
por Fachin, que também atuou em outros casos envolvendo o ex-presidente.
  
Diante do impasse, Fachin pediu que a presidência do STF se 
manifestasse sobre a questão. Marco Aurélio é relator das ações que 
discutem de forma mais ampla a questão da segunda instância. Ao decidir 
sobre a questão, Carmem Lúcia manteve a relatoria com Fachin.
Karine Melo - Repórter da Agência Brasil 
 Edição: Carolina Pimentel