Temer cumpriu 20% das principais promessas ao assumir a presidência Congresso já votou mudança nas regras do pré-sal e mudança na lei para preencher cargos nas estatais. Outra promessa foi a manutenção dos programas sociais.
Das
15 principais promessas feitas por Michel Temer na presidência da
República, três foram cumpridas em 2016: a mudança nas regras de
exploração do pré-sal, nova lei para preencher cargos nas estatais; dois
assuntos votados já pelo Congresso, e a manutenção de programas
sociais.
Temer participa de festa de Natal com alunos de escolas públicas da periferia de Brasília
Crédito: André Coelho / Agência O Globo |
Por Raquel Miúra - cbn
Outras
nove ações até aqui estão no discurso: da unificação do ICMS e fim das
indexações, ao pacote de segurança pública, que envolveria ações
integradas com os estados. Também nessa lista a conclusão de obras
inacabadas - o levantamento demorou a sair e a expectativa é de que elas
estejam prontas até julho do ano que vem.
Muito
do cenário traçado por Temer vem da economia: redução da dívida
pública, geração de emprego, crescimento do PIB e melhora na confiança
dos investidores. O governo reconheceu desde o início que o desafio
seria grande, mas o ministro da Fazenda Henrique Meireles diz que os
sinais já mudaram e que essa percepção será ainda maior ano que vem:
'As
condições da economia brasileira já são muito diferentes, o ajuste
fiscal já está em andamento. A condição do Brasil já e será outra ainda
mais visível a partir do final do primeiro trimestre'.
Algumas
promessas de Temer foram cumpridas parcialmente; ele falou em reformas
estruturantes como a da Previdência e a trabalhista. Elas foram
apresentadas, mas depedendem ainda da votação do Congresso. O presidente
também falou em exungar o número de ministérios e postos: foram
cortados 3600 cargos comissionados, um pouco abaixo do prometido, mas a
estrutura das pastas não se alterou muito.
Mais
longe ficou a promessa de uma equipe de notáveis para conduzir o país: a
base da equipe de Temer é política. Quatros ministros saíram por
denúncias de corrupção, outros dois pediram demissão fazendo acusações.
O
presidente prometeu apoio à Lava-jato e em programa da TV Globo disse
que não aceitaria ministro envolvido em irregularidades:
'Se houver equívocos administrativos e no particular se houver irregularidades, eu demito o ministro'.
Na
prática, muitas vezes a demissão só ocorreu depois de muita pressão. No
caso de Geddel Vieira Lima, secretário de Governo acusado de pressionar
o então colega da Cultura a passar por cima de regras e liberar a
construção de um prédio, Temer minimizou o estrago.
'O ministro Geddel Vieira Lima continua à frente da Secretaria-Geral da Presidência'.
E antes, na primeira entrevista o porta-voz dele foi taxativo:
'Como não temos instituições muito sólidas, qualquer fatozinho, me permitem a expressão, abala as instituições'.
Num
cenário que já teve muitos embates com a emenda que limita os gastos
públicos e a proposta de reforma do ensino médio, e terá discussões
ainda sobre as aposentadorias, Temer não conseguiu pacificar o país,
como profetizou ao assumir o cargo.
Outra promessa dele não é possível atestar agora: a de que não deve ser candidato à reeleição em 2018.