Temer articula presidência da Câmara para garantir governo - CBN

Vice-presidente Michel Temer não deu nomes para a candidaturaCadeira é vista como crucial para o sucesso do início da nova gestão.

 Após afastamento de Cunha, interlocutores do vice-presidente tratam de nomes para ocupar o cargo.



O Supremo Tribunal Federal nem havia confirmado em plenário o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara e aliados do vice-presidente, Michel Temer, já davam início às negociações para tentar emplacar um novo nome no cargo. 

O esforço é visto como fundamental para o sucesso do novo governo, uma vez que caberá ao novo chefe do legislativo imprimir um ritmo acelerado de votações nos primeiros dias da gestão.

A avaliação é de que o deputado Waldir Maranhão, sucessor de direito da cadeira, não tem competência para isso. 

Além de ter a capacidade técnica questionada, interlocutores do vice-presidente não têm garantia de fidelidade do paramentar.

Nos bastidores, o posto já é negociado como mais uma pasta do governo Temer e, segundo parlamentares do PMDB, pelo menos dois cenários estão colocados em questão. 

Um deles é o da escolha de um deputado do PSDB para comandar a Casa.

Resultado de imagem para Antônio Imbassahy O líder tucano, 

Antônio Imbassahy, aparece como o mais cotado e teria a simpatia de Temer numa eventual eleição. 

O parlamentar nega qualquer negociação, mas fala da importância de ter um nome forte no comando da pauta.
- Porque nós vamos ter uma pauta muito difícil, muito complexa, pela frente.

 Assim que o Michel Temer assumir a Presidência, certamente novos projetos chegarão no Congresso Nacional e quem estiver na Presidência tem que ter essa consciência e articular bem as votações o quanto antes em benefício do país. 

Não é questão de partido.

Não é questão de nenhum outro interesse menor.

O que tem que fazer agora é sair dessa situação difícil e colocar o país de novo nos trilhos.  

Por outro lado, Cunha, mesmo afastado, já mandou avisar que quer garantir o seu sucessor. 

O recado foi dado ao vice-presidente, pelo deputado Paulinho da Força, numa reunião no Palácio do Jaburu.

 A ideia é eleger um nome para um mandato tampão no comando da Câmara, até o início do ano que vem.

 As opções seriam Rogério Rosso, do PSD, André Moura, do PSC, e Jovair Arantes, do PTB. 

Todos negam, mas não escondem que aceitariam a indicação. Rogério Rosso defende consenso em torno da escolha.

- Qualquer que seja a solução devemos fazê-la, se não por unanimidade, com ampla maioria de entendimento, porque sabemos que o país vive, além dessa extrema e difícil crise econômica, uma instabilidade política sem precedentes.

Caciques do PMDB também não escondem o alívio de ver Cunha fora da linha sucessória de Temer.

 Mas ainda que Cunha pudesse ser um incômodo entre os poderes, é inegável que a expectativa da equipe de Temer era contar com ele nos primeiros dias do novo governo para agilizar a tramitação de matérias.

O presidente da fundação Ulisses Guimarães, Moreira Franco, um dos interlocutores de Temer disse que os deputados precisam ter responsabilidade para eleger o novo presidente da casa.

- Os deputados terão que encontrar uma solução e haverão de encontrar.Essa solução vai estar sendo bastante observada pelo cidadão brasileiro pelo jogo institucional.

Para que todos os planos de Temer sigam em frente, ele teria que contar com a renúncia de Waldir Maranhão da presidência interina da Casa ou do próprio Eduardo Cunha.

 Maranhão, no entanto, não deu indicações de que vai deixar a cadeira. Cunha também descarta a renúncia ao cargo de presidente, mesmo que afastado por tempo indeterminado.

Se Maranhão decidir permanecer no cargo, outra estratégia que já esta sendo pensada é a de pressionar o PP a analisar um pedido de expulsão do parlamentar por ele ter votado contra o impeachment de Dilma, desrespeitando uma indicação partidária. 

Se fosse expulso, o entendimento no Congresso é de que, consequentemente, seria necessário fazer novas eleições para a Mesa Diretora.




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