Assista desenho - "Nilba e os Desastronautas" um desenho 100% nacional



AUDIOVISUAL.
Nilba e os Desastronautas, um desenho 100% nacional sobre um menino que comanda viagens espaciais, acaba de ser comprado pelo canal norte-americano Starz
Animação brasileira será exibida nos EUA
Por: RODRIGO SALEM - FOLHAPRESS

São Paulo, SP – A animação nunca foi um gênero forte no Brasil, seja por ser uma técnica cara, seja por preconceito. Mas os tabus começam a ruir. O mais recente deles é protagonizado pelo desenho Nilba e os Desastronautas, uma coprodução entre a empresa paulista de animação 44 Toons e a Fundação Padre Anchieta (FPA) – a produtora possui 75% dos direitos, enquanto a fundação é dona de 25% da obra.

A série, que está em exibição desde 2010 no canal Rá Tim Bum (controlado pela FPA), foi adquirida recentemente pelo canal pago americano Starz. “É um negócio inédito na animação brasileira. O Peixonauta, por exemplo, tem coprodução com o Canadá. Já Nilba é escrito, animado e financiado apenas por brasileiros”, conta o criador da série e diretor de criação da 44 Toons, o paulista Ale McHaddo.

O desenho sobre um menino de oito anos (Nilba) que comanda viagens espaciais estreia nos Estados Unidos no mês que vem. Repleto de referências a filmes e séries de ficção científica, o título atraiu compradores da Europa e da Ásia, mas a produtora brasileira preferiu esperar para entrar primeiro no mercado dos Estados Unidos.



A razão é uma suposta identificação das crianças americanas com o conteúdo. “A primeira resposta que tivemos dos americanos foi que nosso desenho fala com um público de seis a nove anos, mas também atrai os pais”, explica McHaddo. “A principal receita de Nilba foi usar a cultura pop deles e devolver com um jeito brasileiro. A gente se concentrou muito no roteiro”.

Nilba e os Desastronautas precisou passar por algumas mudanças para virar Newbie and the Disasternauts. A primeira foi no roteiro, reescrito para adaptar as piadas para o inglês. A segunda foi na dublagem, toda feita em Nova York.

“Contratamos um roteirista nos Estados Unidos para fazer um ajuste final na versão americana, pois há muitos trocadilhos”, conta o animador.“Mas já pensamos no mercado internacional antes de começar a série. Por exemplo, animamos os Kikos Marinhos [crustáceos minúsculos que foram febre nos anos 1980 entre crianças] vestidos de monges, prevendo um trocadilho entre as palavras ‘sea monkeys’ e ‘monks’, que seriam a tradução de Kikos Marinhos e monges em inglês”.

A venda da animação foi realizada em fevereiro, durante o Kidscreen Summit, maior evento do gênero, em Nova York. Ao todo, o canal Starz comprou 39 episódios, que serão exibidos diariamente em blocos de meia hora por dois anos.

Agora a 44 Toons busca financiamento para entregar novos capítulos até o fim do ano. Além disso, há projetos de longa em animação tradicional de 2D, que deve estrear em 2014, e outro em 3D e live action, que ainda está em desenvolvimento. Além da estreia nos EUA, a animação começa a passar segunda no canal fechado Gloob, da Globosat, e também  parte da programação normal da TV Cultura .

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