Mogi das Cruzes - Fazendo Mogi virar cidade turística

Turismólogo paulistano veio para Mogi com a missão de criar atrações que tragam pessoas de fora para se divertir e investir no município
Luana Nogueira
Da Reportagem Local
Mayara de Paula
Ele está ajudando a colocar Mogi das Cruzes no mapa dos roteiros de turismo do País. O paulistano Fábio Barbosa, de 40 anos, é o primeiro coordenador de Turismo da Prefeitura de Mogi e, com a sua equipe, está preparando uma série de investimentos no setor. O turismólogo acredita que o potencial do município é grande quando o assunto é a beleza natural da cidade, que ainda tem como aliada a proximidade com a capital.

Com o desafio de ajudar a preparar a cidade para receber uma das 31 seleções que disputarão a Copa do Mundo de 2014, o coordenador se empolga ao falar das vantagens do município que adotou como lar. Com a missão de desenvolver a cidade na área de turismo, contou que sua relação com a profissão ocorreu por acaso, mas que hoje é apaixonado pelo que faz.
Ele diz que o turismo é um dos setores que mais se desenvolverão nos próximos anos. Isso porque ajudou a criar um plano de desenvolvimento turístico do município e acredita que a área tem de ser olhada pelo ângulo do negócio. "Mogi para Mogianos", "Expresso Turístico" e as atividades de aventuras são alguns dos atrativos que Barbosa conseguiu trazer para a cidade. O objetivo do coordenador agora é investir no turismo náutico, aproveitando os rios e as represas que o município dispõe, e, em longo prazo, criar um espaço de turismo náutico na rodovia Mogi-Bertioga.

Mogi News: O que te levou a escolher o turismo como profissão?
Fábio Barbosa: Eu me formei pela Universidade Paulista (Unip), em São Paulo. O turismo foi uma oportunidade, pois tinha acabado de sair do quartel, servi ao Exército no Batalhão de Guardas e estava um pouco sem rumo. Um colega acabou me influenciando e, por ser muito aventureiro, sempre gostei muito de passear e viajar, prestei vestibular para Turismo e passei. Acabei sem querer descobrindo uma área que se encaixou no meu perfil. É o que gosto e faço há 20 anos.


MN: Como Mogi entrou na sua vida?
Barbosa: Foi um trabalho acadêmico que começou no ano de 2000. Trabalhava em uma universidade de São Paulo e tive a oportunidade de conhecer Sabaúna, onde existia uma linha de trem abandonada. Como já mexia há muito tempo com trens, vim visitar, gostei e levei o projeto para a universidade. Ele foi aprovado e comecei a trabalhar com alunos na disciplina de planejamento turístico. Depois de um ano e meio trabalhando, nós criamos uma entidade de preservação ferroviária, com a comunidade e com as pessoas de Mogi e região que gostam de trem. Acabei ficando conhecido e vindo trabalhar na Prefeitura de Mogi entre 2002 e 2004, para desenvolver o turismo na cidade. Depois, voltei para São Paulo.


MN: Qual é o potencial turístico de Mogi?
Barbosa: Mogi é uma cidade próxima de São Paulo e nunca foi voltada para o desenvolvimento turístico. O município tem 720 mil quilômetros quadrados, possui áreas de preservação enormes e conta com acesso rodoviário fácil. Existe uma pesquisa do Ministério do Turismo, feita com a Associação Brasileira de Empresas de Turismo de Aventura, que diz que a maior paixão do brasileiro é a água. Mesmo Mogi não sendo litoral, o que não falta aqui é água. Temos duas represas e uma terceira que é dividida com Biritiba Mirim. Além disso, potencial para desenvolver o turismo náutico. E temos ainda o voo livre e outros atrativos de turismo de aventura.


MN: Mogi é uma referência para o turismo de aventura?
Barbosa: Fazemos corrida de aventura, escalada. A gente só perde em uma coisa para a "capital da aventura", que é Brotas, que são as cachoeiras. Mogi não tem cachoeira. Temos corredeiras, rios belíssimos, como o Itatinga, que é um dos mais transparentes do Estado, além do rio Grande, que tem águas cristalinas e já é explorado na Fazenda Rio Grande. Estamos vendendo a cidade com esse potencial, como na Adventure Sport Fair. Os empresários estão nos procurando e, por meio deles, trazemos eventos para a cidade.


MN: Mogi pode ser uma das sub-sedes da Copa do Mundo. Como está a preparação?
Barbosa: Existe um comitê municipal da Copa do Mundo, em que participam as secretarias de Esportes, Planejamento e Urbanismo e Transportes e a Coordenadoria de Turismo. Dentro desta comissão, participa o Paradise Golf & Lake Resort, que tem um contrato com a Federação Internacional de Futebol (Fifa). Participamos constantemente de reuniões com a Fifa e com o comitê paulista. A Prefeitura fará reformas para colocar o padrão Fifa no estádio Nogueirão. As 31 seleções receberão uma cartilha de todas as cidades que podem ser base e vão escolher entre elas. As chances de Mogi são boas, pela proximidade com São Paulo, com o estádio do Corinthians e com o aeroporto.


MN: Qual o grande desafio que a cidade precisa superar?
Barbosa: Nosso maior problema é a infraestrutura hoteleira. Estamos falando de hospedagem limitada na cidade. Hoje, temos durante a semana 85% de ocupação nos hotéis. Na época da Copa do Mundo, não vão sobrar nem 150 quartos. Mas empresas já estão nos procurando para investir nesta área.


MN: Qual a importância do projeto "Mogi para Mogianos"?
Barbosa: Ele foi criado em 2010. A ideia era mostrar a capacidade de Mogi para a sua própria população. Começamos com quatro roteiros: rural, ecológico, cultural e religioso. Hoje, os integramos e temos o rural e ecológico, que foram os mais procurados. Este ano, também estamos implantando o "Mogi para Mogiano" na comunidade, em que levaremos no micro-ônibus do projeto às pessoas de um bairro para outro.

MN: Como está o projeto do Expresso Turístico em Mogi?
Barbosa: Ele começou a cada 15 dias e hoje acontece uma vez por mês, porque desde outubro de 2010 a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) está recuperando a linha, rede elétrica, sinalização, trilhos e dormentes. Não tem previsão para terminar e isso atrapalha o projeto diretamente. A Prefeitura já solicitou uma automotriz, vagão com tração própria. Queremos que esse veículo venha para cá todo fim de semana. Ele tem uma capacidade menor e acomoda 66 pessoas. A ideia é que ele vá direto para Sabaúna, que é o foco de turismo ferroviário de Mogi.


MN: Como está sendo desenvolvido o turismo em Sabaúna?
Barbosa: Ainda faltam atrativos em Sabaúna. Temos a pedreira de Sabaúna a 300 metros da estação e estamos conversando com o proprietário para fazer um grande espaço turístico. Precisamos de meios de hospedagem na comunidade. Temos dois projetos no Ministério do Turismo, um que revitalizará todo o centro de Sabaúna e outro que é o trem turístico para Mogi, que a Prefeitura pediu ao governo federal e estamos prestes a marcar uma reunião com eles para ver o que conseguimos fazer.

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