Pró-consumo de hortifrútis No relançamento da Frente da Fruticultura, Junji diz que baixo consumo de hortaliças e frutas no Brasil reflete a desinformação sobre importância destes alimentos para a saúde


 
A exemplo do que ocorre com as hortaliças, também as frutas registram baixo consumo no Brasil em relação a outros países. Por ano, cada brasileiro consome 57 quilos de frutas, bem menos da metade dos 140 quilos consumidos pelo europeu e dos 150 quilos que entram na dieta alimentar do norte-americano. “Além de oferecer um péssimo atendimento em saúde, o Poder Público negligenciou a obrigação de divulgar informações sobre o valor nutritivo desses produtos para desenvolver na população o hábito da alimentação saudável, capaz de prevenir doenças”, avaliou o deputado federal Junji Abe (DEM-SP), durante o relançamento da Frente Parlamentar Mista da Fruticultura.

Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, a Pró-Horti, e membro efetivo de todos os grupos da Casa que têm relação direta ou indireta com as cadeias produtivas de alimentos, Junji defendeu o trabalho conjunto no sentido de viabilizar junto ao governo federal uma ampla campanha informativa para incentivar o consumo de hortaliças e frutas.

A reformulação da dieta alimentar do brasileiro para incluir no cardápio mais verduras, legumes e frutas trará resultados diretos para a saúde pública. “Muitas doenças que causam a grande procura por atendimento na rede de saúde poderiam ser evitadas com a alimentação adequada”, justificou, acrescentando que o baixo consumo de alimentos de alto valor nutritivo, baratos e produzidos em farto volume no País contrasta com a realidade nacional onde a subnutrição ainda faz vítimas.

Se o consumo de frutas é baixo no Brasil, em comparação com outras nações, o de hortaliças é praticamente irrisório. Por ano, o brasileiro consome apenas 27,075 quilos de hortaliças. Significa pouco mais de 1/4 dos 98,5 quilos ingeridos pelo americano, quase cinco vezes menos que os 157,7 quilos consumidos pelo italiano e menos de 40% do consumo do israelense que gira em torno de 73 quilos. Os dados são da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Mesmo assim, o cultivo de hortícolas ocupa 700 mil hectares (7 bilhões de metros quadrados) do território nacional, que injetam no R$ 70,2 bilhões PIB – Produto Interno Bruto e geram 2,4 milhões de empregos diretos, além de outros 3,2 milhões de indiretos, de acordo com dados da ABCSem – Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas, mencionados por Junji.

Em países mais desenvolvidos, já existe um trabalho de conscientização para ampliar o consumo de vegetais e frutas visando evitar complicações de saúde, como os altos níveis de colesterol e a obesidade. Nos Estados Unidos, exemplificou Junji, até a rede Mc Donald’s alterou o cardápio para cativar as crianças com refeições rápidas combinadas com hortaliças e frutas picadas para sobremesa.

As crianças são também o principal público alvo das ações propostas por Junji em defesa do maior consumo de hortifrútis. Para ele, a merenda servida nas escolas precisa ser elaborada para estabelecer o hábito da dieta alimentar equilibrada. “Assim, formaremos adultos mais saudáveis e, principalmente, acostumados com uma alimentação onde predominam hortaliças e frutas”. Ele comentou que o brasileiro tem enraizada a preferência por carnes, gordura e açúcares. “É preciso incentivá-lo a ajustar sua dieta alimentar”.

Presidida pelo deputado Antonio Balhmann (PSB-CE), a Frente Parlamentar Mista da Fruticultura tem os deputados Afonso Hamm (PP-RS) e Guilherme Campos (DEM-SP) como 1° e 2° vice-presidentes, respectivamente, e Gonzaga Patriota (PSB-PE) e Celso Maldaner (PMDB-SC) como secretários. O grupo, com 311 deputados e 17 senadores, foi relançado para a atual legislatura nesta terça-feira (09/08/2011).

Durante o evento, foram expostos dados sobre o setor. O Brasil lidera a produção de frutas tropicais e ocupa o terceiro lugar no ranking mundial de produtores de frutas, atrás apenas da China e da Índia.

Também participaram da solenidade a presidente da CNA – Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu (DEM-TO) e o deputado Moreira Mendes (PPS-RO), que comanda a FPA – Frente Parlamentar da Agropecuária, entre outros congressistas e lideranças classistas.

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