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sábado, 23 de agosto de 2025

Os bilhões que Tarcísio não quis enxergar, governador preferiu fechar os olhos diante do maior escândalo fiscal da história recente de São Paulo.

 

Os bilhões que Tarcísio não quis enxergar

Blindagem midiática e silêncio oficial cercam o maior escândalo fiscal da história recente de São Paulo
 23/08/2025 | 05h00

Por Cleber Lourenço

A Operação Ícaro escancarou um esquema que devorou o coração da arrecadação paulista: auditores fiscais transformaram créditos de ICMS em moeda de propina, beneficiando grandes empresas e drenando bilhões dos cofres do Estado

Não se trata de pequenas irregularidades ou desvios pontuais. Estamos falando de um sistema que, durante anos, operou como engrenagem paralela à própria Fazenda estadual, funcionando com a complacência de quem deveria proteger os cofres públicos. Mas o dado mais perturbador não é apenas a fraude — é a cegueira conveniente de um governador que escolheu não enxergar.

Os indícios são cristalinos e não deixam margem para relativizações. Uma carta apreendida pela polícia mostra fiscais falando em “novas liberações de imposto” mesmo sob o risco de prisão. Em outro trecho, o auditor escreve: “Preciso ter certeza que o empresário vai manter a palavra dele. Que ele vai pagar o acordo para o governo. Que ele vai pagar o que me deve.”

Essa frase revela a engrenagem mais íntima do esquema: não se tratava apenas de liberar créditos tributários, mas de garantir que os empresários honrassem o pacto de corrupção, como se houvesse um contrato paralelo de propina. E ao mencionar explicitamente “o acordo para o governo”, o auditor expõe algo ainda mais grave — a suspeita de que a corrupção está entranhada de maneira profunda no próprio Estado de São Paulo, revelando que não se trata de um caso isolado, mas de uma lógica enraizada na máquina pública.

Enquanto isso, sob a gestão de Tarcísio de Freitas, as isenções fiscais atingiram recordes: R$ 68 bilhões em 2023 e R$ 71 bilhões em 2024. Não são números soltos: são cifras que, diante das revelações, soam como monumentos da omissão e do descaso. É impossível não perguntar: quanto dessa montanha de isenções virou combustível para a corrupção? Quem garantiu o silêncio para que bilhões fossem liberados sem fiscalização?

O governador, que posa de gestor moderno e técnico, desapareceu quando o escândalo veio à tona. Nenhuma entrevista contundente, nenhuma explicação direta, nenhuma responsabilização clara. A Secretaria da Fazenda só reagiu quando o Ministério Público escancarou o esquema. Até lá, silêncio absoluto. Esse silêncio, por si só, é revelador: um governo que se vende como eficiente não poderia alegar ignorância diante de movimentações bilionárias.

Se não sabia, é incompetência. Se sabia e nada fez, é cumplicidade. Entre a incompetência e a cumplicidade, Tarcísio escolhe se esconder. E parte da imprensa, com manchetes tímidas e cobertura discreta, reforçou a blindagem, tratando o maior escândalo fiscal do Estado como se fosse mais um problema administrativo corriqueiro.

Não é. Esse escândalo não pode ser tratado como detalhe. O silêncio de Tarcísio fala mais alto do que qualquer coletiva de imprensa. Não enxergar bilhões evaporando não é falha: é escolha. É a tentativa deliberada de preservar a narrativa de eficiência enquanto a máquina fiscal se transformava em balcão de negócios, com servidores operando como corretores de propina e empresas se beneficiando de um Estado capturado.

As perguntas se acumulam: quem mais sabia? Quem lucrou além dos auditores e das empresas citadas? Quem garantiu que os mecanismos de controle internos fossem mantidos frágeis? Não há resposta oficial, apenas o vazio do silêncio governamental. E cada dia que passa sem explicações sólidas aumenta a suspeita de que a omissão não foi acidental, mas estratégica.

Culpar servidores isolados não basta. O problema é estrutural, político e corrosivo. A lógica do “não vi, não sei, não ouvi” não convence em um governo que se vangloria de controle e eficiência. 

A imagem de Tarcísio como administrador técnico desmorona diante de um escândalo que corrói a credibilidade do seu projeto. 

E cada dia sem respostas só reforça a percepção de que o governador preferiu fechar os olhos diante do maior escândalo fiscal da história recente de São Paulo.

Os bilhões que evaporaram não foram apenas cifras: foram também a oportunidade de mostrar responsabilidade, transparência e liderança. E Tarcísio, até agora, falhou em todas elas. 

https://iclnoticias.com.br/os-bilhoes-que-tarcisio-nao-quis-enxergar/

Memes do Pato arrependido

 


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