Dólar vai a R$ 5,18, maior nível em um ano, com tensões no Oriente Médio e nova meta fiscal; Ibovespa cai
A moeda norte-americana avançou 1,24%, cotada em R$ 5,1847, no maior nível desde março de 2023. Já o principal índice acionário da bolsa brasileira encerrou com um recuo de 0,49%, aos 125.334 pontos.
Por g1
O dólar emplacou a 4ª alta seguida nesta segunda-feira (15), refletindo a escalada dos conflitos no Oriente Médio, após o Irã atacar Israel no fim de semana. Na máxima, chegou a operar acima dos R$ 5,20.
Na expectativa de que Israel não vai continuar os ataques, os mercados operaram com um pouco mais de tranquilidade neste início de semana, mas a moeda americana continuou a ganhar força sobre o real e outras moedas de países emergentes.
No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a meta do governo Lula 3 é de ter déficit zero em 2025 e que o salário mínimo deve ser de R$ 1.502 no próximo ano. A declaração reforçou a alta do dólar, durante entrevista do ministro ao Estúdio i, da GloboNews.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar avançou 1,24%, cotado em R$ 5,1847. Na máxima do dia, chegou aos R$ 5,2149. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumula altas de:
- 1,24% na semana;
- 3,38% no mês; e
- 6,85% no ano.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana avançou 0,61%, cotada em R$ 5,1212.
Ibovespa
Já o Ibovespa fechou com um recuo de 0,49%, aos 125.334 pontos.
Com o resultado, acumula quedas de:
- 0,49% na semana;
- 2,16% no mês; e
- 6,60% no ano.
Na sexta, encerrou em queda de 1,14%, aos 125.946 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
A atenção dos investidores seguiu voltada para o Oriente Médio nesta segunda-feira (15), enquanto o mundo aguarda novas sinalizações do que deve acontecer.
Na última sexta-feira, os mercados encerraram o dia estressados, com queda nas bolsas de valores ao redor do mundo e fortalecimento do dólar ante outras moedas, após o Irã informar que lançaria um ataque contra o território israelense.
A ofensiva foi uma resposta do país a um bombardeio de Israel contra a embaixada iraniana na Síria. Essa foi a primeira vez que o Irã atacou Israel diretamente.
"Queira ou não, dólar é proteção. É proteção no mundo inteiro. Então, na sexta-feira, quando aconteceram os ataques, o mundo inteiro correu para o dólar", comenta o analista de investimentos Vitor Mizara.
Autoridades iranianas disseram que veem o assunto como encerrado e justificaram o ataque como legítima defesa. Israel, por outro lado, quer fazer um contra-ataque, mas não tem apoio da comunidade internacional, principalmente dos Estados Unidos — que são grandes rivais do Irã.
Já no Brasil, o destaque ficou com a confirmação de que o governo reduziu a meta fiscal e descartou um superávit para 2025.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a meta do governo Lula 3 é de ter déficit zero em 2025 e que o salário mínimo deve ser de R$ 1.502 no próximo ano. O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias será apresentado ainda nesta segunda-feira (15).
"Até me explicar aqui: nós não costumamos antecipar os dados da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] antes da entrevista oficial, mas vazaram estes dois dados. Eu até me desculpo por estar falando disso antes das 17h que o horário é combinado, mas sim, os dados são esses", disse Haddad.
Na LDO anterior, o projetado era de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 e de 1% para 2026. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou que o governo tentava fixar uma "meta factível" para as contas públicas no ano que vem.
Além de 2025, as metas devem ser corrigidas para superávit de 0,25% para 2026, 0,5% para 2027 e 1% para 2028.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2024/04/15/dolar-ibovespa.ghtml