Itália reforça critérios de cidadania e Bolsonaro pode ter pedido recusado por conspiração política

Parlamento italiano acredita que se o governo der a cidadania a Bolsonaro e seus filhos "será um fato de gravidade sem precedentes para a democracia"

(Foto: Rafael Carvalho/Governo de Transição)

247 - O Parlamento italiano aprovou na última quinta-feira (26), uma emenda que redefine os critérios para a concessão de cidadania italiana, introduzindo a conspiração política e contra o Estado como crimes passíveis de rejeição do pedido. Proposta pelo deputado Angelo Bonelli, do partido Verdi e Esquerda, a iniciativa foi aprovada por uma maioria esmagadora de 191 votos a favor e apenas 6 contrários. A emenda faz parte de um projeto de lei mais amplo destinado a combater a violência contra a mulher, estabelecendo critérios claros para a rejeição da cidadania italiana.

O texto foi elaborado com a intenção de evitar a concessão de cidadania italiana a Jair Bolsonaro e seus filhos, destaca o jornalista Jamil Chade, do Uol. Bolsonaro é alvo de um pedido de indiciamento no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele foi acusado de associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado pela Comissão.

Segundo Bonelli, a emenda aprovada "é importante porque compromete o governo a modificar a lei, introduzindo o veto para a aquisição da cidadania diante desses crimes". Ele expressou preocupação com o caso de Bolsonaro. “Se o governo der a cidadania aos filhos de Bolsonaro ou mesmo ao ex-presidente, será um fato de gravidade sem precedentes para a democracia", destacou o parlamentar.


A batalha de Bonelli para impedir que Bolsonaro obtenha cidadania italiana começou em 2021, quando a prefeitura de Anguillara Veneta, cidade de origem dos antepassados de Bolsonaro, concedeu a cidadania honorária ao ex-presidente. Bonelli fez vários questionamentos parlamentares sobre o assunto, forçando o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, a declarar que Bolsonaro não havia solicitado a cidadania, apenas seus filhos.

Além das preocupações políticas, a decisão também está relacionada aos interesses econômicos e diplomáticos da Itália. O Brasil é um dos principais destinos de investimentos italianos no mundo, e há receios de que abrigar Bolsonaro possa criar uma crise diplomática com o governo Lula.

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