Seguimos sem conseguir agir, isso é uma vergonha, diz Mauro Vieira no Conselho de Segurança da ONU

 

 | CNN Brasil

Chanceler brasileiro ressaltou que países têm direito de proteger sua população, mas seguindo a lei internacional e a lei humanitária internacional

Mauro Vieira: A falta de consenso e ação da ONU sobre a guerra de Israel é uma "vergonha" | CNN 360º
Tiago Tortellada CNN
em São Paulo
30/10/2023 às 17:47 | Atualizado 30/10/2023 às 18:21

A falta de consenso e ação do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre a guerra de Israel é uma “vergonha”, segundo destacou Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, em reunião emergencial do colegiado nesta segunda-feira (30).


Nas últimas semanas, quatro propostas de resolução sobre o conflito foram rejeitadas no Conselho: duas da Rússia, uma dos Estados Unidos e uma do Brasil, que é o atual presidente do órgão.

“Continuamos em um impasse devido a divergências internas, especialmente entre alguns membros permanentes, e graças à utilização persistente do Conselho para atingir propósitos de seu próprio interesse, em vez de colocar a proteção dos civis acima de tudo”, ponderou.

“Se não agirmos agora, quando agiremos? Quantas vidas mais serão perdidas até que saiamos da retórica e cheguemos à ação?”, questionou.

Vieira ressaltou que a situação atual na Faixa de Gaza, que sofre intensos bombardeios israelenses, é “chocante e indefensável de qualquer perspectiva humana e sob a lei humanitária internacional”, mas destacou que “nada justifica” as ações terroristas do Hamas.

Assim, o ministro disse que a posição brasileira do conflito é “clara”, defendendo a liberação imediata de todos os reféns e o “fim da violência de qualquer forma”, para que a ajuda humanitária possa ser entregue à população de Gaza.

Além disso, pediu que cidadãos de diversos países que querem deixar a Faixa de Gaza possam sair do enclave.

Ainda segundo destacou o chanceler, mais de 8 mil pessoas morreram desde o início da guerra, sendo 3 mil crianças.

“O preço da inação é inaceitavelmente alto. A crescente urgência para as famílias dos reféns e a dor insuportável para a população civil de Gaza não podem ser subestimadas”, advertiu, complementando que interromper as hostilidades será o melhor para os civis de ambos os lados do conflito.

Diversos órgãos da ONU, como a Organização Mundial da Saúde, alertaram para o colapso da saúde e serviços básicos em Gaza devido aos bombardeios e ao cerco israelense à região, permitindo que ajuda humanitária limitada seja enviada, mas proibindo, por exemplo, combustíveis.

Ao falar sobre isso, Mauro Vieira afirmou que hospitais não têm como fazer tratamentos básicos para pacientes, e que a assistência humanitária mais ampla é fundamental.

*em atualização

https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/seguimos-sem-conseguir-agir-isso-e-uma-vergonha-diz-mauro-vieira-no-conselho-de-seguranca-da-onu/

Postagens mais visitadas deste blog