China anuncia incentivos de US$ 72 bilhões para a compra de carros elétricos
Economia chinesa lidera a transição verde na indústria automobilística
PEQUIM/XANGAI, 21 de junho (Reuters) –
A China anunciou na quarta-feira um pacote de 520 bilhões de yuans ($72,3 bilhões) para impulsionar as vendas de veículos elétricos (VEs) e outros carros verdes nos próximos quatro anos, a fim de sustentar a demanda automotiva enfraquecida, o que levou as ações das montadoras a subirem acentuadamente.
O pacote, amplamente esperado após um compromisso anterior do governo de promover a indústria, surge no momento em que as vendas em declínio no maior mercado automotivo do mundo têm levantado preocupações sobre o crescimento econômico, que está perdendo momentum depois de um início rápido no ano.
Veículos de nova energia (NEVs) comprados em 2024 e 2025 estarão isentos do imposto de compra, que pode chegar a 30.000 yuans por veículo, com a isenção sendo reduzida pela metade para compras feitas em 2026 e 2027, disse o Ministério das Finanças em um comunicado.
As isenções fiscais totais somarão 520 bilhões de yuans, afirmou o vice-ministro das Finanças, Xu Hongcai, em uma coletiva de imprensa.
A medida é uma extensão da política atual em que NEVs - que incluem veículos elétricos totalmente movidos a bateria, híbridos plug-in a gasolina-elétrico e veículos movidos a célula de combustível de hidrogênio - estão isentos do imposto de compra até o final de 2023.
"A extensão por mais quatro anos superou as expectativas do mercado", disse Cui Dongshu, secretário-geral da Associação Chinesa de Carros de Passageiros, acrescentando que a custosa extensão da isenção sugere que medidas adicionais de estímulo são improváveis.
As ações das montadoras chinesas subiram após o anúncio, com os fabricantes de VE NIO (9866.HK) e Xpeng (9868.HK) aumentando respectivamente 6,1% e 5,5%, em comparação com uma queda de 1,9% no índice de referência de Hong Kong (.HSI). A Li Auto (2015.HK) também teve um aumento de 3,5%.
O anúncio segue uma reunião do gabinete em 2 de junho, na qual as autoridades disseram que estenderiam e otimizariam a isenção fiscal e estudariam políticas para promover o desenvolvimento de NEVs.
Os incentivos colocam os NEVs, um elemento central dos gastos de alto valor, no centro de um esforço amplo para reavivar o crescimento na segunda maior economia do mundo.
O governo promoveu fortemente os NEVs nos últimos anos por meio de incentivos que apoiaram o surgimento de players locais como Li Auto, NIO e BYD (002594.SZ).
A BYD, apoiada pela empresa de investimentos de Warren Buffett, Berkshire Hathaway (BRKa.N), agora vende mais carros da marca Volkswagen (VOWG_p.DE) na China e se tornou a maior fabricante de automóveis do país em vendas este ano.
Analistas afirmaram que o limite na isenção do imposto de compra ajudaria a impulsionar o crescimento de modelos mais baratos, que são principalmente produzidos por empresas domésticas, em vez de veículos premium de fabricantes estrangeiros.
As vendas de NEVs sofreram um impacto no início deste ano, depois que o governo encerrou um subsídio para compras de VE que durou mais de uma década, mas se recuperaram após montadoras, incluindo a Tesla (TSLA.O), reduzirem os preços para defender a participação de mercado e após a prorrogação anterior da isenção do imposto de compra.
"Isso ajudará no crescimento dos VEs na China", disse Susan Zou, vice-presidente da empresa de pesquisa Rystad Energy, prevendo que as vendas de VEs cresceriam 30% em 2024, acelerando em relação aos 15% estimados para este ano.
As vendas de NEVs subiram 10,5% em maio em relação ao mês anterior, segundo dados da Associação Chinesa de Carros de Passageiros. Elas aumentaram 60,9% em relação ao ano anterior, quando as restrições da COVID-19 ainda afetavam a produção e as vendas de automóveis.
O anúncio de quarta-feira é a quarta prorrogação. A isenção fiscal foi anunciada em 2014 e estendida em 2017, 2020 e 2022.
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