SP: Após acordo, motoristas encerram greve de ônibus em São Paulo


Greve de ônibus terminou após categoria conseguir 12.47% de reajuste salarial - WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO
Greve de ônibus terminou após categoria conseguir 12.47% de reajuste salarial Imagem: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

14/06/2022 16h14

Atualizada em 14/06/2022 17h10

A greve de motoristas de ônibus de São Paulo, iniciada na madrugada de hoje, foi encerrada após um acordo entre a categoria e o sindicato patronal no começo da tarde. 

Os ônibus voltam a operar normalmente ainda hoje. 

A informação foi confirmada ao UOL pelos sindicatos patronal e dos motoristas.

Segundo o SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo), o acordo foi feito com a promessa da prefeitura da capital paulista de disponibilizar uma verba para que as empresas possam pagar o reajuste salarial de 12,47% retroativo referente ao mês de maio. A proposta anterior do sindicato patronal era de que esse reajuste fosse entregue aos trabalhadores a partir de outubro.


Além do reajuste retroativo, o Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo), pediu que as horas extras passassem a valer 100%, assim como "fim do horário de almoço não remunerado" e a participação nos lucros das empresas.

De acordo com o Sindmotoristas, o reajuste retroativo formalizado na tarde de hoje também vale para o ticket refeição da categoria. As outras demandas, referentes às horas extras, almoço remunerado e PLR, devem ser debatidas novamente em cinco dias úteis. "Na semana que vem, teremos as pendências das reivindicações concluídas", finalizou Valmir Santana da Paz, presidente do sindicato, em nota publicada nas redes.

Volta gradativa

De acordo com a SPTrans, às 17h seis empresas estavam com a volta gradativa das frotas e outras 12 operavam normalmente, mas nove companhias continuavam com operações paralisadas: Santa Brígida; Gato Preto (zona norte e oeste); Sambaíba; Viação Metrópole; Ambiental; Campo Belo; Viação Grajaú e MobiBrasil.

No horário de pico de manhã, de acordo com a SPTrans, 713 das 1,2 mil linhas e 6,5 mil ônibus que transportariam 1,5 milhão de pessoas foram afetados pela paralisação. Antes disso, ao longo da madrugada, apenas 46 das 150 linhas de ônibus noturno que operam na cidade funcionaram normalmente.

Também pela manhã, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afirmou que a categoria não cumpriu o funcionamento de 80% das frotas de ônibus nos horários de pico, em uma ação de "irresponsabilidade e grande desrespeito".

Em resposta, o Sindmotoristas afirmou que o setor patronal era responsável pelo planejamento logístico das circulações de ônibus. "Diante da omissão das empresas, a adesão da greve foi tomada espontaneamente pelos trabalhadores. É importante destacar que ainda há veículos da frota como os pertencentes ao sistema complementar, operando pela cidade e atendendo a população", disse nota.

Rodízio

Apesar da decisão de pôr fim à greve nesta tarde, as regras do rodízio de automóveis em São Paulo só retornam ao normal amanhã.

Durante o restante desta terça-feira (14), o rodízio permanece suspenso e as faixas e corredores seguem liberados para uso geral.

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/06/14/apos-acordo-motoristas-encerram-greve-de-onibus-em-sao-paulo.htm

Wanderley Preite Sobrinho e Pietra Carvalho

Do UOL, em São Paulo

14/06/2022 07h04

Atualizada em 14/06/2022 12h37

Os motoristas de ônibus de São Paulo iniciaram à 0h a paralisação confirmada na noite de ontem, descumprindo a ordem judicial de manter 80% da frota operando nos horários de pico, entre 6h e 9h, e 60% no resto do dia, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Uma reunião será realizada às 15h para discutir reivindicações da categoria e determinar se a greve continua.

Segundo a SPTrans, a paralisação afeta 713 das 1.200 linhas e 6,5 mil ônibus, que transportariam 1,5 milhão de passageiros nas primeiras horas da manhã. Antes disso, ao longo da madrugada, apenas 46 das 150 linhas de ônibus noturno que operam na cidade funcionaram normalmente.


A partir das 4h, apenas os veículos do Grupo Local de Distribuição não foram afetados. 

Confira a lista de empresas paralisadas abaixo.

O Terminal Grajaú, na zona sul da capital, foi fechado entre 4h e 4h50 após manifestantes utilizarem dois ônibus para interromper o fluxo de veículos. Para ajudar no trânsito de passageiros durante o horário de pico, 12 linhas do Terminal Campo Limpo foram estendidas até a Vila Sônia, onde os usuários podem realizar a integração com o metrô, da linha 4-Amarela.

As 11 linhas que vão até o Terminal Vila Nova Cachoeirinha também foram estendidas e estão levando os passageiros até o Metrô Barra Funda.

Apesar das medidas, imagens transmitidas pelo Bom Dia São Paulo, da TV Globo, mostraram os transtornos em terminais da cidade, com plataformas esvaziadas e usuários recorrendo a vans privadas e carros de aplicativo, com preços muito acima do normal, para tentar chegar a áreas não atendidas pelo metrô.

Em meio à greve, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que o Rodízio Municipal de Veículos está suspenso. Carros de placas com final 3 e 4 podem circular na manhã de hoje.

Confira abaixo a relação de empresas com a operação paralisada em suas garagens:

  • Santa Brígida (Zona Norte);
  • Gato Preto (Zona Norte);
  • Sambaíba (Zona Norte);
  • Express (Zona Leste);
  • Viação Metrópole (Zona Leste);
  • Ambiental (Zona Leste);
  • Via Sudeste (Zona Sudeste);
  • Campo Belo (Zona Sul);
  • Viação Grajaú (Zona Sul);
  • Gatusa (Zona Sul);
  • KBPX (Zona Sul);
  • MobiBrasil (Zona Sul);
  • Viação Metrópole (Zona Sul);
  • Transppass (Zona Oeste)
  • Gato Preto (Zona Oeste)
  • Norte Buss (Zona Norte)
  • Spencer (Zona Norte)
  • Transunião (Zona Leste)
  • UPBUS (Zona Leste)
  • Pêssego (Zona Leste)
  • Allibus (Zona Leste)
  • Transunião (Zona Sudeste)
  • MoveBuss (Zona Leste)
  • A2 Transportes (Zona Sul)
  • Transwolff (Zona Sul)
  • Transcap (Zona Oeste)
  • Alfa Rodobus (Zona Oeste)

Greve criou caos no Grajaú

A greve de ônibus pegou muitos passageiros de surpresa no Terminal Grajaú, zona sul de São Paulo. Enquanto algumas pessoas tentavam pegar Uber ou Táxi para ir ao trabalho, alguns desistiam da viagem ou enfrentavam uma aglomeração para embarcar no trem, que funciona ao lado do terminal.

Gerente de uma lanchonete na região da Sé, Geovana Guimarães Silva, 32, vai chegar atrasada ao trabalho. Depois de passar 20 minutos em uma van de sua casa, no Jardim Eliana, até o terminal, descobriu que a linha de ônibus em direção ao Brás, que pega todos os dias, não circula hoje.

"Levo três horas por dia no transporte pra chegar ao trabalho", disse ela, que agora levará ainda mais tempo. A alternativa era enfrentar a fila e tentar chegar ao trabalho de trem, muito mais lotado nesta manhã.

"Vou pra Pinheiro e de lá fazer baldeação para Sé. Acho que chego depois das 8h, disse ela, que pega a primeira condução todos os dias às 4h45. "Essas greves deveriam ser anunciadas com mais antecedência."

geovana - Wanderley Preite Sobrinho/UOL - Wanderley Preite Sobrinho/UOL
Gerente de lanchonete na Sé, Geovana Guimarães Silva, 32, vai chegar atrasada ao trabalho Imagem: Wanderley Preite Sobrinho/UOL

Quem teve mais sorte foi a diretora de escola Maria Estela, 60. Moradora do Alto de Interlagos, aguardava um ônibus para o Jardim Lucélia, onde trabalha. Enquanto decidia se desisitia de esperar e pegava um Uber, seu ônibus chegou.

É que, segundo os fiscais do Terminal Grajaú, apenas as linhas de ônibus em direção ao centro não circulam hoje no Terminal Grajaú. São elas: Brás, Terminal Santo Amaro, ACD Servidor Público e Água Espraiada.

A reportagem também esteve, por volta das 9h, no Terminal João Dias que ficou praticamente vazio. Por lá, só circulava uma linha de vans que atende os bairros da região.

Já no Terminal Santo Amaro, a analista administrativa Glauciele Moreira, 41, estava com medo de não chegar a tempo em uma consulta médica na avenida Santo Amaro.

"Eu teria várias opções de ônibus pra chegar lá, mas não tem nenhum aqui", afirmou, aflita. "Vou pegar o metrô e depois um Uber pra ver chego a tempo."

Assim como o trem no Grajaú, a linha Lilás do metrô, que faz conexão com os terminais Santo Amaro e João Dias, estava lotada. "Nunca vi tanta gente", reclamou Moreira.

Reivindicações de motoristas

O Sindimotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) informou que a paralisação ocorre porque o setor patronal ofereceu 12,4% de reajuste a partir do mês de outubro — a categoria pede o recebimento do valor retroativo desde o mês de março.

Os motoristas também se queixam de não terem diálogo efetivo na busca pelo recebimento de 100% do valor nas horas extras, no pedido pelo fim da hora de almoço não remunerada e no recebimento de Participação de Lucros.

"Sem o merecido reconhecimento, motoristas, cobradores e profissionais da manutenção cruzarão os braços", disse, por meio de nota, o presidente do sindicato, Valmir Santana da Paz.

O julgamento do dissídio da greve será realizado hoje, às 15h.

UOL entrou em contato com o SP Urbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo) em busca de um posicionamento sobre as alegações de falta de acordo por parte da categoria e aguarda resposta sobre o assunto.

Problemas no metrô de SP

As linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô de São Paulo apresentaram lentidão no início da manhã de hoje, em meio à greve de ônibus que reduz a frota de veículos nos terminais da cidade.

Segundo informações da Companhia do Metropolitano do estado, que opera o transporte, o problema na linha azul estava ligado a uma "interferência na via na estação Jabaquara", que levou a "circulação com velocidade reduzida e maior tempo de parada". Já a linha vermelha trabalhava com "restrições operacionais" devido aos problemas na azul. As duas se conectam na estação Sé.

A situação foi normalizada apenas às 8h40. Em suas redes sociais, o Metrô informou que as plataformas devem ficar cheias por algum tempo, dado o fluxo grande de passageiros.

Após os problemas nas primeiras horas do dia, a Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) afirmou ainda na manhã de hoje que antecipará a oferta máxima de trens do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) em circulação e vai ampliar o horário de pico.

"Metrô, CPTM, ViaQuatro e ViaMobilidade estarão com trens reservas em condições operacionais em todas as linhas para o atendimento à demanda", disse a secretaria, em nota.  

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2022/06/14/motoristas-e-cobradores-de-onibus-entram-em-greve-em-sp-rodizio-e-suspenso.htm

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