Preço alto do gás de cozinha faz moradores do Alto Tietê colocarem saúde em risco e aumentam chances de acidentes. Tenente do Corpo de Bombeiros de Mogi orienta sobre perigo ao usar álcool em gel para combustão.

 

Moradores do Alto Tietê buscam alternativas para cozinhar com aumento do preço do gás


Por Janaina Rodrigues e Mateus Costa, Diário TV 2ª Edição

Preço alto do gás de cozinha faz moradores do Alto Tietê pôr saúde em risco

Preço alto do gás de cozinha faz moradores do Alto Tietê pôr saúde em risco

Enquanto o Congresso Nacional discute a redução dos impostos do gás de cozinha, que no ano acumula alta de mais de 38%, algumas famílias do Alto Tietê tentam improvisar na hora de cozinhar e se arriscam em situações que prejudicam a saúde ou causa acidentes.

Vera Lúcia da Silva Ferreira, que mora em Mogi das Cruzes, sempre foi uma dona de casa apaixonada por cozinha. Mas de uns tempos para cá, manter esse amor tá exigindo mais esforço. Por aqui, o fogo a gás agora é usado só para coisas rápidas. O trabalho pesado, como por exemplo dessalgar a carne seca, fica mesmo para o fogão à lenha.

"Antes eu só acendia esse fogão quando tinha um evento, que tinha que cozinhar assim cinco quilos de arroz, três, quatro de feijão. Agora, eu acendo ele duas vezes, três vezes na semana, por causa do preço do gás que está acabando com tudo. Então, eu prefiro fogão a lenha mesmo tendo asma, mesmo tendo um problema de saúde complicado, e sobrar um pouquinho mais para eu poder inteirar lá dentro, no feijão e no arroz”, explica a dona de casa.

Por causa da fuligem que sai da brasa, Vera tem crises de asma e precisa reforçar a dose de remédios. Mas essa foi a única opção que ela encontrou para dar conta das despesas dentro de casa. Apesar da economia, a aposentada sabe que é preciso cuidado na hora de usar o fogão à lenha.

"Quando eu cozinho aqui, eu tomo dois comprimidos de alenia e tomo a bombinha, de duas em duas horas. Quando eu não cozinho, eu tomo só um comprimido de alenia e tomo a bombinha uma vez de manhã, uma vez de tarde. Eu tenho uma filha de 14 anos que eu não deixo ela mexer no fogão a lenha, porque tem madeira que estoura, então madeira que estoura ela joga brasa. Na hora que estoura você já tem que olhar onde a brasa caiu. E também pelo motivo dele ficar quente, o fogão fica quente. Então eu não deixo minha filha de 14 anos cozinhar nele. Só quem cozinha nele é eu e o meu esposo”.

Com os aumentos do botijão de gás, algumas pessoas, como Vera, buscam alternativas para economizar, o que muitas vezes pode ser perigoso. Em 25 de maio, uma mulher sofreu queimaduras no rosto e em outras partes do corpo após tentar cozinhar com álcool em gel e a casa dela pegar fogo. A vítima disse ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que estava sem gás de cozinha e por isso tentou usar o produto, mas acabou se descuidando e deixou cair o líquido já em chamas em seu corpo.

O tenente Marcelo dos Passos Miyatake, do Corpo Bombeiros de Mogi das Cruzes, explicou os principais perigos de cozinhar com o álcool em gel.

“Ela é altamente inflamável, com poder calorífico maior que o de costume. Além das características, a chama do álcool em gel ser quase imperceptível, quase não dá para perceber ao olho ali. A evaporação é muito acelerada. Causa um efeito, então, de explosão imediata, e muitas vezes pode ser fatal”.

A prática é perigosa e o tenente ressalta que não é uma alternativa pro gás de cozinha.

“Nos últimos meses, os acidentes utilizando o álcool em gel ficaram muito frequentes. Famílias estão tentando improvisar na cozinha com o uso do álcool em gel na preparação de alimentos ou aquecimento de água em dias frios, tornando os acidentes mais comuns a cada dia. Tal prática não é recomendada pelo Corpo de bombeiros e pode colocar a vida de todos que estão na residência em risco e também dos vizinhos”, completou o tenente.

Sandro Muniz, médico otorrinolaringologista, explica que há riscos quando são utilizados métodos alternativos para o preparo de alimentos em casa.

“Pode fazer somente se esse fogão a lenha e esses outros métodos que as pessoas usam para aquecer, se eles não forem preparados para isso, se não tiver, por exemplo, uma chaminé”, disse o médico. 

https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2022/06/17/moradores-do-alto-tiete-buscam-alternativas-para-cozinhar-com-aumento-do-preco-do-gas.ghtml

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