Famílias do Alto Tietê veem gastos com aluguel comprometerem grande parte da renda mensal


Família de Mogi das Cruzes relata que gastos com o aluguel consomem cerca de 80% da renda, que também precisa ser utilizada para custear alimentação, contas do dia a dia, entre outros.

Por Mirielly de Castro, Diário TV 1ª Edição

Brasileiros sem casa própria gastam mais de 30% da renda familiar só com aluguel

Brasileiros sem casa própria gastam mais de 30% da renda familiar só com aluguel

O sonho da casa própria ainda faz parte da vida de muitos brasileiros, mas realizá-lo está cada vez mais difícil.

 Por outro lado, o aluguel também pesa muito no orçamento e impacta uma grande fatia da renda das famílias, inclusive no Alto Tietê.

A casa de quatro cômodos é confortável. No local, Tatiani Vieira e o marido, Luís, têm toda a estrutura para eles e para as crianças. Porém, todo mês, o casal desembolsa mais de R$ 1 mil para pagar o aluguel.

A família mora no mesmo imóvel há cerca de um ano e meio, mas tem ficado cada vez mais difícil honrar o compromisso com a imobiliária, por conta dos reajustes.

“Para não dizer 100%, acho que uns 85%, 90% para ter um teto. Quando a gente veio para cá, eram uns 60%, 70%. Agora está mais, porque teve reajuste. E o trabalho também, que diminuiu bastante. A gente tenta se reinventar de todas as formas possíveis, mas mesmo assim é difícil”, relata Fernanda.

O casal de Mogi das Cruzes faz parte de um grupo de famílias que não tem casa própria e que gasta boa parte da renda para ter um teto para morar.

 Com a inflação em alta e outras despesas que fazem parte do dia a dia, fica cada vez mais complicado pagar o aluguel.



Tatiani é diarista, e Luís trabalha como montador de móveis. Além de se dedicarem ao trabalho, eles também fazem malabarismo para sobreviver.

“Não só na alimentação, como combustível, gás. Está um absurdo o gás de cozinha. De tudo o que a gente ganha, 80% é para o aluguel. O que sobra a gente tem que se virar. Compra do mês mesmo, faz muito tempo que a gente não faz. A gente compra conforme vai acabando, conforme a prioridade. Compra uma coisinha hoje, outra amanhã. E as contas a gente paga o que é prioridade. Água e luz a gente nem pode deixar atrasar, por conta do contrato do aluguel. E as demais a gente faz conforme dá”.

O aluguel que o casal paga está acima da média nacional, e o comprometimento da renda com moradia, também.

Uma pesquisa feita por uma startup de moradia mostra que, no país, quem não tem imóvel próprio está desembolsando 31% da renda familiar com o pagamento do aluguel.

O valor médio do aluguel no Brasil é de R$ 686, mas pode chegar a muito mais, dependendo da região.

A média mais cara é a do Sudeste: R$ 824, o que representa 34% da renda familiar. O valor é quase o dobro do Nordeste, que tem média de R$ 400 e que compromete 27% da renda familiar.

“Nós viemos, em junho de 2021, com uma taxa Selic de 4,25%. Hoje ela está beirando 12,75%, então isso se reflete no poder de compra do consumidor. Hoje as taxas realmente tiveram esse acréscimo de por volta de 30%. Então o propenso comprador ou propriamente o inquilino de um imóvel viu a renda dele perder 30% do poder efetivo de compra”, disse o corretor de imóveis José Nassif.

“Infelizmente, nós temos uma fatia do mercado com bastantes imóveis desocupados, e uma outra fatia, de um público mais B e público A, já com uma carência muito grande de imóveis para locação, pouca oferta, que naturalmente se reflete em um valor um pouco maior praticado. A gente sente que imóveis de mais alto padrão, mesmo com um número menor de dormitórios, eles acabaram tendo um acréscimo no valor do aluguel e uma procura maior. Já imóveis mais populares e imóveis comerciais, a gente sente essa dificuldade, de realocar inquilinos nesses imóveis ou de conseguir imóveis para esses inquilinos”.

Diante da instabilidade do mercado econômico, a dica é ficar atento ao contrato, seja no fechamento de um novo negócio ou na renovação. Saber negociar pode aliviar os gastos.

“Esse momento do mercado é passageiro, então logo logo a gente terá uma diminuição da taxa Selic, e ele pode fazer alguma portabilidade para um financiamento, ou mesmo os inquilinos podem negociar o valor da locação, e também contar que agora o mercado já está praticando índices de reajuste de aluguéis diferentes dos praticados anteriormente”, falou o corretor.

“99% dos contratos de aluguel no ano passado eram todos vinculados pelo IGPM, que teve um pulo muito grande. E hoje a maioria dos contratos, até por jurisprudência, estão sendo praticados principalmente pelo IPCA, que é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo e que tem um reajuste menor do que teve um IGPM. Então o inquilino não vai ter nenhuma surpresa, daqui um ano, ao locar ou procurar outro imóvel”. 

https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2022/06/16/familias-do-alto-tiete-veem-gastos-com-aluguel-comprometerem-grande-parte-da-renda-mensal.ghtml

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