Autorização para usar celular dentro de escolas divide opiniões em Mogi O governador Geraldo Alckmin sancionou uma lei permitindo o uso do aparelho durante a aula para atividades pedagógicas, em todas as escolas. A promessa é que todas as escolas estaduais serão equipadas com wi-fi e banda larga até outubro de 2018.

O uso do celular dentro da sala de aula é um assunto polêmico. O aparelho pode ser uma distração, mas não dá para ignorar que o celular também pode ser uma ferramenta para o professor atrair o aluno para o aprendizado. 

O governador Geraldo Alckmin sancionou uma lei permitindo o uso do aparelho durante a aula para atividades pedagógicas em todas as escolas.

Em Mogi das Cruzes, a mudança divide a opinião de pais e alunos e levanta a questão de como ficam os estudantes que não têm o aparelho para usar.
“90% da sala sempre usa. Não tem aquele: a sala inteira não mexe. Sempre mexe. A professora fala que é para desligar e ninguém respeita”, conta a aluna Lívia Caroline Rodrigues, de 15 anos.
Com a nova lei, estudantes dos ensinos fundamental e médio vão poder usar os celulares e a internet na sala de aula em atividades orientadas por professores. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, a ideia é envolver os alunos na linguagem do tempo deles.

 Para que isso aconteça, a promessa do governo é que todas as escolas estaduais serão equipadas com sistema wi-fi e banda larga até outubro de 2018.

A professora Lícia Adlung dos Santos, de matemática, sempre leva a aula pra sala de informática. Para ela, já está na hora dos alunos terem, além do computador, a opção do celular para fazer as atividades no gerador de formulários da internet que ela usa. “Eu posso colocar vídeos, trabalhos, alguns avisos”, conta.

“A Diretoria de Ensino, a partir dessa nova lei, vai promover formação continuada com esses professores. A gente convoca os professores, mostra para eles como utilizar o celular como facilitador da transmissão do currículo”, explica Pedro Eduardo Tassoni, coordenador de tecnologia da diretoria de ensino.

Além de formulários de questões, e sites de busca para pesquisa, o coordenador diz que até aplicativos de mensagens com fins pedagógicos poderão ser usados na escola. “Eles criam grupos, pegam o número de celular, montam o grupo com os alunos da sala. 

Pode compartilhar arquivos, vídeos, atividades, questionários, propostas de atividades pelo grupo.”
Mas tem pai que não gostou da novidade do celular. “Minha opinião é que deveria ficar guardado durante a aula. É uma distração mesmo, tira a atenção e dispersa muito o pensamento”, diz o corretor de imóveis José Paulo da Silva.
“Eu acho que atrapalha o celular. Atrapalha até em casa. Você imagina na escola. Tem que pesquisar na sala de computação, no computador”, avalia a dona de casa Eleni Martins.

Entre os próprios alunos, o assunto gera dúvidas. “De certa maneira pode, porque facilita um pouco, mas também pode fazer com que as pessoas utilizem isso de forma errada”, diz o estudante Aldo da Silva, de 14 anos.
“Achei legal, mas tem gente que não colabora”, diz a estudante Laura Nicole, de 13 anos.

Para a professora Lícia, o professor vai precisar adotar uma postura para que os alunos não dispersem. “Quando o professor tem essa comunicação, torna a aula atrativa, anda entre as carteiras, tem toda uma gestão da sala de aula, esse processo é diminuido. É impossível dizer que não vai acontecer, mas o professor, ele tem esse papel, de estar atuando para que isso não aconteça ou aconteça minimamente”.

A dirigente regional de ensino, Rosania Morales Morroni, diz que os professores também vão receber orientação. “Através de convocações de formação continuada, com horários, e vamos massificar também em vídeos-conferências."

Ainda de acordo com a dirigente, alguns casos vão ser tratados como especiais, como quando os pais não autorizam os filhos a levar o celular para a escola ou quando o aluno não tem condições de ter o aparelho. 

“Os pais fiquem tranquilos porque há um regime de colaboração. Nós vamos atuar no sentido de estimular os alunos a cooperarem uns com os outros em formato de trabalhos em equipe, em grupo, que é aprender a conviver em equipe. 
E neste caso, também a possibilidade de atuar na sala do Acessa, dentro da sala do Acessa Escola, que é a sala de informática”, explica a dirigente de ensino Rosania Morales Morroni.
MOGI DAS CRUZES - https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano

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