"Juro real deve cair abaixo de 4% até o fim do ano".

O inicio da esperança de um novo ciclo virtuoso

Mara Luquet

Para os brasileiros, a melhor notícia da semana, do mês, do ano, quiçá da década, dado os tempos muito estranhos que estamos vivendo, esta na manchete do jornal Valor Econômico da última sexta-feira: "Juro real deve cair abaixo de 4% até o fim do ano".

 

A taxa de juro é o principal preço da economia. Dela derivam os ingredientes que podem fazer crescer ou não seu bem-estar. Taxas de juro em alta asfixiam a economia. Mas juros em baixa tendem a se refletir em mais empregos, maior oferta de crédito, mais investimentos, enfim, a reativação da economia.

 

Nesse longo tempo de cobertura econômica sempre me impressionou a resiliência do brasileiro, que mesmo com taxas de juro tão altas sobreviveu, empreendeu e manteve-se fiel ao compromisso divino de seguir em frente. 

 

Taxa de juro em queda significa também que você terá que correr mais riscos se quiser um retorno maior para suas aplicações e muita atenção porque será necessário informação de qualidade e auto conhecimento para separar o joio do trigo. Este é o seu dever de casa para não cair nas armadilhas de promessas sedutoras de aplicações com retorno alto e baixo risco.

 

Isto é particularmente importante para aplicações de longo prazo, como aquelas destinadas à sua aposentadoria. 

Jaime Maluk, CEO do BTG Seguro de Vida, empresa chilena de venda de renda vitalícia, diz que a queda nas taxas de juro no Chile foi um dos componentes que provocou uma queda acentuada do valor dos benefícios, o que tem levado muitos chilenos a postergar voluntariamente o inicio da sua aposentadoria. Veja aqui a entrevista com o executivo.

No entanto, este esforço é amplamente compensado por todos os benefícios que um país tem quando convive com taxas de juro em patamares mais saudáveis.

 

Agora é necessário que o custo do dinheiro também caia para o tomador final. 

Porque, vamos combinar, com a taxa básica de um digito fica difícil explicar custo de até três dígitos para muitas linhas de crédito, como cartão  e cheque especial, para citar apenas os exemplos mais gritantes.

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