Produtores do Santo Ângelo querem criar cooperativa em Mogi das Cruzes Expectativa é facilitar a compra de insumos, melhorar a produção e venda. Até agora, 15 produtores já confirmaram participação.
 Depois de comprar as terras da Caixa Beneficente do Hospital Doutor 
Arnaldo Pezutti Cavalcanti, os agricultores do Conjunto Santo Ângelo, em
 Mogi das Cruzes,
 partem para um novo projeto.
 Eles querem formar uma cooperativa. 
Ela é 
importante para fortalecer os produtores que, juntos, podem oferecer 
mais mercadorias, economizar com compras coletivas e conquistar novos 
clientes.
 Há 18 anos,  a agricultora Regina Soares da Silva tira o sustento da 
família das terras.  E nela tem quatro culturas, entre elas, a 
cebolinha. 
De um tempo pra cá, por causa da crise e de outros problemas 
que tem enfrentado, a Regina diz que se interessou por fazer parte de 
uma cooperativa.
 “É importante pelo preço.
 Temos um preço melhor 
valorizando a nossa agricultura, o que plantamos, o nosso trabalho.”
 A ideia surgiu inclusive, pra ela ter mais segurança na hora de receber
 o pagamento.
 “Terei a segurança de que estou vendendo e com certeza vou
 receber.
 Hoje por quinzena eu tiro até R$ 600. Se estivesse numa 
cooperativa o lucro seria melhor. 
Se eu sozinha for vender um pé de 
alface, por exemplo, sairia por R$ 0,50. Na cooperativa posso vender por
 R$ 1,50.  ”
 O interesse da Regina é o mesmo de dezenas de agricultores que vivem na
 região do Conjunto Santo Ângelo. Ricardo Nonaka, que é presidente da 
Associação dos Chacareiros e Moradores do local, conta que um dos 
objetivos da cooperativa é fazer com que o agricultor  economize no 
processo de plantio.
 E ele explica ainda:
 é uma soma de interesses e não
 uma divisão.
 “Hoje o agriocultor vem sofrendo com o preço altos dos 
insumos. Se conseguirmos fazer essa cooperativa, vamos conseguir ter 
esse poder de compra maior e melhor para todo os produtores. 
Então já 
ganhamos na compra, melhora nossa qualidade de produção e podemos vender
 melhor para nosso consumidor final.”
 Outra vantagem é a conquista de novos clientes. Trabalhando em 
cooperativa, o grupo teria condições de oferecer uma variedade maior de 
produtos, além de regularidade nas entregas.
 Ricardo explica ainda que 
as cooperativas conseguem fazer grandes negócios e inclusive podem 
expandir as vendas para outras regiões do estado. 
São negócios que, 
individualmente, os cooperados dificilmente teriam condições de efetuar. 
 “Chegando a isso o padrão de vida vai melhorar, o empreo vai melhorar, 
porque vamos gerar vagas para pessoas de fora.”
 Alguns beneficios são indiretos, como a melhoria do relacionamento 
entre os agricultores, a divulgação de informações importantes como 
financiamentos e nichos de mercado e outros itens. 
Mesmo assim, muitos 
agricultores, ainda tem uma certa desconfiança em participar das 
cooperativas. E essa tem sido a maior dificuldade para colocar a do 
Conjunto Santo Ângelo em funcionamento. 
“Por enquanto muita gente 
tivemos problemas com algumas cooperativas então as pessoas naõ 
acreditam muito nas palavras. 
Hoje vemos que grandes empresas, com nomes
 diferentes, vem agrupando forças para poder se manter no mercado e o 
pequeno tem que fazer o mesmo pra conseguir encarar esse mercado que 
está vindo ai .”
 O agrônomo Roberto Ohmori, da Cati, assessora os agricultores nessa 
fase de formação da cooperativa. 
Ele reforça as vantagens que ela traria
 pro agricultor.
 “Uma cooperativa é uma entidade que tem uma finalidade 
econômica. É uma organização para o produtor poder comercializar sua 
produção. 
Eles terão acesso ao mercado governamental e para atender 
grandes municípios a legislação exige que os produtos sejam adquiridos 
de  organizações juridicamente constituídas, ou associações ou 
cooperativas.
 O agrônomo esclarece ainda que pra se criar uma cooperativa é preciso 
ter no minimo 20 produtores rurais interessados e explica que existem 
dois caminhos seguros e que podem ser seguidos pelos agricultores. 
“A 
primeira é contratar um profissional para ajudar na elaboração desses 
documentos e constituir juridicamente. É um processo rápido, mas ele não
 teria integração muito grande dos produtores. 
O segundo processo onde 
nós, da Cati trabalhamos, é mais participativo. Criamos um projeto 
participativo, e o produtor constrói esse projeto de cooperativa.
 Você 
melhora a união desses produtores e permite uma maior chance de sucesso 
desse negócio.”
 Por enquanto, a Cooperativa dos Agricultores do Conjunto Santo Ângelo tem 15 nomes confirmados.