Brasil é o país que vai ter a maior recessão em 2016 Especialistas da OCDE não preveem uma recuperação econômica antes de 2017. Dentre todas as 44 economias analisadas o Brasil é o que aponta para uma pior retração do PIB, de 4,3%. Para economistas, a situação depende muito dos encaminhamentos políticos.
Por Júlia Arraes
Quando a
primeira filha de Diana Pinheiro nasceu, no ano de 2011, o Brasil
passava por um momento bem diferente do atual.
A economia já dava sinais
de que os tempos estavam mudando, mas o país fechou aquele ano com um
crescimento de quase 3% do PIB. Hoje, a perspectiva é que o Brasil
termine 2016 com uma retração de 4,3% na economia.
Cinco anos
depois da primeira gravidez, Diana está esperando o segundo filho, que
deve nascer no início do ano que vem, e se pergunta como vai criar a
criança em meio às instabilidades políticas e econômicas.
Esta
semana a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a
OCDE, divulgou um relatório que trás um panorama nada animador para os
brasileiros.
Das 44 economias analisadas, o Brasil é o país que vai ter a
maior recessão em 2016 e o PIB deve continuar encolhendo, fechando 2017
com uma queda de 1,7%
Para a
organização, uma melhora no quadro vai depender da disposição política
do país para aprovar medidas mais drásticas.
O documento afirma que o
cenário só vai melhorar, caso os cortes nos gastos públicos sejam feitos
de forma ágil e precisa.
Segundo o
professor da Fundação Getúlio Vargas Renato Fragelli, enquanto o governo
não conseguir aprovar essas medidas, a confiança de brasileiros e
investidores vai continuar baixa.
O
relatório da OCDE também afirma que o desemprego deve continuar
aumentando no país nos próximos anos. Atualmente, o Brasil mais de 10
milhões de pessoas desempregadas.
O cenário
preocupa o jovem Dayw Villar, de 24 anos, que está saindo da faculdade
de comunicação e teme não encontrar espaço no mercado de trabalho, cada
dia mais enxuto.
Para o
consultor financeiro Juan Jensen, o relatório é pessimista e é possível
que o quadro melhore ainda no próximo ano.
De acordo com ele, já existe
um movimento de retorno dos investidores.
As
exportações, de acordo com o relatório, são o único aspecto da economia
brasileira que mantém um crescimento sólido, principalmente por causa de
uma taxa câmbio mais competitiva.
E mesmo com as incertezas e previsões negativas, Diana e Dayw seguem com um sentimento de esperança para o país.