Mogi Das Cruzes - Cooperativa abastece bairros rurais


Central de monitoramento da Cooperativa de Eletrificação em Pindorama: são 1,9 mil clientes/ Foto: Edson Martins

Com a responsabilidade de não deixar o Paradise Resort, a casa da Seleção da Bélgica, às escuras durante a Copa do Mundo no Brasil, a Cooperativa de Eletrificação e Desenvolvimento da Região de Mogi das Cruzes (CERMC) aposta na manutenção para minimizar os riscos de apagão durante a passagem da delegação pela Cidade. A distribuídora, que atende a 1,9 mil famílias residentes em bairros rurais, prevê um crescimento de 50% no consumo de energia durante o mês em que o mundial estará acontecendo.
A Cooperativa mogiana faz parte do grupo formado por outras 120 em todo o País, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Anel). A sua sede fica no bairro do Pindorama, às margens da Estrada das Varinhas (SP-29). Ela é responsável pelo abastecimento no Parque das Varinhas (próximo ao resort), Nove de Julho, Pindorama, Barroso, Taiaçupeba e Chácara Duchen, este último, já em perímetro municipal de Suzano.
De acordo com o engenheiro eletricista e gerente executivo da CERMC, João Roberto Martins, as equipes da Cooperativa têm intensificado os trabalhos na rua para corrigir problemas e falhas e verificar a rede de fiação mantida pela distribuídora. “É um planejamento para evitar riscos. Com isso, a gente já verifica os fios e, se constatar algum erro, os agentes já consertam. Vale dizer que com a nossa estrutura, a gente consegue minimizar o impacto. Por exemplo, se houver uma queda de energia, a gente consegue isolá-la em um ponto e concentrar mão de obra na solução daquele problema. Se falta energia em Varinhas e Nove de Julho, consigo limitar esse ponto escuro em um trecho do Nove de Julho e restabelecer de imediato, às vezes sem a necessidade de equipe até o local, diminuindo os transtornos”, explicou à reportagem, que esteve na sede da Cooperativa, na manhã da última sexta-feira.
Os religadores são outro trunfo por parte da CERMC. “Eles estão espalhados nas sete cabines de energia que temos espalhadas por esses bairros. Às vezes, o motivo da queda de energia é um galho de árvore que caiu e desligou um disjuntor. Nesses casos, nós acionamos, da central de monitoramento, o dispostivo para religar o quadro, sem mandar equipe. Isso dinamiza muito o trabalho”, acrescentou.
Segundo o gerente, o risco de queda de energia é minimo. “Nós temos 1,9 mil famílias, mas temos capacidade de atender uma cidade como Biritiba Mirim (com 28 mil habitantes, conforme o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). O aumento estimado de consumo deve chegar a 50% certamente”, destacou.
A Cooperativa existe desde 1962 quando foi fundada por 40 produtores rurais. Hoje, ela conta com 1,9 mil clientes, sendo 1.084 também cooperados (ou seja, que têm participação nos lucros e são responsáveis por sua existência). Ela é uma distribuídora e compra a energia da EDP Bandeirante, que não abastece essas regiões rurais por uma série de questões de restrição territorial da Aneel e também de proteção ambiental, para que possa atender esses moradores. Os kilowatts vendidos pela EDP são mais baratos para a CERMC. Somados os custos de manutenção e fornecimento, os valores das faturas das duas distribuídoras acabam sendo quase os mesmos.
“A CERMC tem justamente o objetivo de atender esses moradores. Tem gente aqui ainda sem energia. Posso te dizer que 95% das pessoas que nos procuram com interesse de ligação de energia não conseguem porque antes é preciso apresentar um projeto de impactos na Cetesb. E esta proposta acaba sendo barrada lá, por falta de documentação ou por não comprovar que o impacto será mínimo”, disse Martins. (Lucas Meloni)

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