Mapa da Violência - Alto Tietê

ITAQUÁ

 Autoridades divergem sobre dados do Mapa da Violência Número de mortes contra jovens entre os anos de 2008 e 2012 diferem dos números oficiais do governo estadual 

Fábio Miranda Da Redação


Daniel CarvalhoCaldeira: 
´Falta de infraestrutura nos bairros´
Dat
Os números divulgados pelo Mapa da Violência, entre os anos de 2008 e 2012, nesta semana, divergiram opiniões em Itaquaquecetuba sobre o método de estudo utilizado para a publicação. Ainda assim, tanto os dados oficiais da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), quanto ao do próprio estudo, são motivos de preocupação.

No caso dos jovens, a pesquisa chama mais atenção porque as mortes de pessoas em idades mais baixas podem estar atreladas a falta de estrutura em alguns locais.

Itaquá é a cidade que registrou a maior quantidade de homicídios entre jovens. No total, a cidade teve 244 assassinatos de vítimas nesta faixa etária, isso sem contar as mortes ocorridas em acidente de trânsito.
O major e subcomandante do 35º Batalhão da Polícia Militar de Itaquá, Anderson Caldeira, também acredita que a falta de lazer e educação para os mais novos podem levá-los ao mundo do crime. "A maioria dessas mortes ocorre com pessoas de 15 a 25 anos e abrange o Brasil inteiro. Mas em Itaquá, a falta de infraestrutura e os jovens, com a oferta da droga e até mesmo o crime, acabam se tornado vítimas da violência".

Caldeira afirmou que a PM local realiza os trabalhos de prevenção e mapeia os locais com maior incidência de homicídios, reforçando o policiamento, entretanto apontou que a polícia sozinha não pode fazer tudo. "Temos que trabalhar junto ao Poder Público municipal e estadual para evitar que essas pessoas sejam cooptadas pelo mundo das drogas e do crime. Mas a falta de esporte, educação, lazer e em alguns casos até da família dificultam este trabalho".

Equivocado
Para o delegado Eduardo Boigues, da Delegacia de Homicídios de Itaquá, os números não condizem com a realidade da cidade. "Os dados não são reais, estão equivocados. Para cada morte é registrado um boletim de ocorrência, os números da SSP são bem menores".

De fato, a SSP apontou que nos anos utilizados para a pesquisa ocorreram 314 assassinatos em todas as faixas etárias, incluindo as mortes dolosas em acidentes de trânsito. Pelo Mapa da Violência, utilizando vítimas de todas as idades, foram 586 homicídios, 270 a mais do que informado pela pasta. Neste estudo, as mortes em decorrência do trânsito não estão computadas.

Boigues afirma que desde que assumiu a Delegacia de Homicídios, a quantidade de crimes contra a vida vem diminuindo e questiona o método utilizado para elaborar o Mapa. "Desde quando entrei, em 2007, o número de assassinatos caiu 66,9%, e a taxa vem caindo ainda mais. Gostaria de saber de onde tiraram esses números porque não corrobora com o que a SSP apresenta", contestou.

Apesar de não concordar com os dados, o delegado aponta que a violência entre jovens é preocupante. "A violência entre as pessoas mais novas está beirando o exagero. É muita droga correndo por aí que acaba facilitando a entrada dos jovens no meio criminal", finalizou.

Ainda segundo a pesquisa, Suzano teve 104 mortes de jovens, enquanto Mogi das Cruzes (94), Poá (37) e Ferraz de Vasconcelos foram 68 casos.

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