Isso não impede, porém, que aqui e por toda parte, na surdina ou às claras, políticos atuem na contramão do que pregam ou dizem concordar. Foi o que aconteceu mais uma vez no Congresso.
Pelo placar de 383 votos a 98, a Câmara anulou o decreto de Lula que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em seguida, o Senado, em votação simbólica, confirmou a anulação.
Pobre ou remediado não paga IOF. Rico paga. Mas rico, no Brasil, paga menos impostos do que deveria. É a primeira vez, desde 1992, que o Congresso derruba um decreto presidencial.
Com o decreto, o Ministério da Fazenda calculava uma receita de R$ 10 bilhões neste ano e o dobro disso no ano que vem. Sem ele, o governo será obrigado a congelar gastos com programas sociais.
Quantos pobres são deputados e senadores? O Congresso é uma casa de ricos e de milionários. Eles não querem pagar impostos. E não querem que seus financiadores paguem. É simples assim.
O ditado popular “Farinha pouca, meu pirão primeiro” mostra claramente o egoísmo do ser humano. É para regular o egoísmo que existem leis. É para contorná-las que atuam os poderosos.
Mas não só para isso. No nosso caso, é também para impedir por qualquer meio que governe um presidente que eles não elegeram e que não querem ver reeleito no próximo ano.
Com uma pequena base de apoio no Congresso, e por mais concessões que faça à direita e até mesmo à extrema-direita, Lula está sendo gradativamente engessado por seus adversários.
O Congresso quer governar no lugar dele, e sem o ônus de ser governo. Na prática, o regime é cada vez menos presidencialista. E os parlamentares só querem saber de aumentar seus ganhos.
Preços do café no campo despencam com avanço da colheita
Analistas dizem que o início da queda de preços do café para o consumidor começa este ano, mas tende a ganhar intensidade em 2026
26/06/2025 | 10h10
O mês de junho tem sido marcado por uma forte retração nos preços do café no Brasil.
De acordo com informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os valores das duas principais variedades da bebida – arábica e robusta – já acumulam quedas superiores a 15%, impulsionadas pelo avanço da colheita da safra 2025/26 e por uma correção do mercado após um longo período de cotações elevadas.
O indicador CEPEA/ESALQ para o café arábica tipo 6, com base em São Paulo, apontou uma queda acumulada de 15,4% apenas na parcial de junho. Em valores, isso representa uma desvalorização próxima a R$ 360 por saca de 60 kg, levando o preço para menos de R$ 2.000 por saca — patamar que não era observado desde novembro do ano passado.
O café robusta tipo 6, com retirada no Espírito Santo, também sofreu forte recuo: queda de 14,9% no mês, o que corresponde a uma redução de R$ 208,25 por saca. O preço médio ficou em R$ 1.186,20 por saca no início desta semana — o menor valor desde maio de 2024.
O que está por trás dessa queda nos preços do café?
Segundo analistas do Cepea, tanto o arábica quanto o robusta vinham sendo negociados em níveis historicamente altos (em termos reais). A atual desvalorização é vista como um movimento de correção natural, intensificado pela entrada da nova safra no mercado, o que aumenta a oferta e pressiona os preços no curto prazo.
Para esta safra, estima-se que a colheita de café do Brasil cresça 2,7% em relação à safra passada, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Também há expectativa de uma melhora na safra dos países do Sudeste Asiático, como o Vietnã e a Indonésia. Com a queda de produção nesses países, o Brasil exportou mais que o normal em 2024, o que fez o país entrar em 2025 com baixos estoques, aumentando o preço do produto internamente.
A queda nos preços do café vai chegar ao consumidor?
Analistas dizem que o início da queda de preços do café para o consumidor começa este ano, mas tende a ganhar intensidade em 2026, caso não haja problemas na safra. O repasse de preços do campo até o supermercado costuma demorar, explicam.
“Existe um tempo entre o processo de colher o café, de secar, de beneficiar, até chegar na mão da indústria para ser torrado, embalado para, só depois, ser distribuído para os mercados”, explicou Fernando Maximiliano, analista da consultoria StoneX Brasil, ao g1.
A colheita de café no Brasil começou em março e vai até setembro.
A decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, de pautar e colocar em votação nesta quarta-feira (25), de forma inesperada, o projeto que derruba o decreto do governo federal sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pegou Planalto e seus aliados de surpresa e aprofundou a crise de confiança entre o comando da Casa e a base governista. A manobra foi uma traição aos acordos políticos que haviam sido costurados para evitar constrangimentos ao governo em uma pauta crucial.
A derrubada do decreto do governo federal sobre o IOF pela Câmara dos Deputados, em votação realizada , aprofunda a crise de confiança entre o comando da Casa e a base governista.
O resultado da votação confirmou os temores do governo: 383 deputados foram a favor e somente 98 ficaram contra contra a derrubada do decreto. O apoio do Centrão foi expressivo e contrariou a orientação do governo, que agora terá que contingenciar entre R$ 10 bilhões e R$ bilhões do Orçamento para equilibrar as contas.
Como se não bastasse, Hugo Motta ainda anunciou o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), um bolsonarista radical, como o relator do novo projeto contra o decreto do IOF. A articulação gerou reação imediata entre governistas e surpreendeu lideranças da base.
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) manteve contato com o presidente da Câmara por volta das 20h da noite anterior à votação. “Fui surpreendido depois com a publicação feita pelo próprio Motta anunciando a votação pela internet”, afirmou o parlamentar, relatando que o tema sequer foi mencionado na conversa.
A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) classificou a atitude como “uma quebra de acordo clara”. Segundo ela, Hugo Motta havia informado aos líderes partidários que, durante a semana de sessões remotas, apenas projetos consensuais seriam votados. “Essa semana as sessões acontecem de forma remota, ou seja, os deputados não estão em Brasília, e o combinado era que projetos mais polêmicos não poderiam ser votados”, disse.
Sâmia destacou ainda que a convocação da sessão ocorreu com menos de 24 horas de antecedência, violando o regimento da Casa. “Toda essa manobra foi feita em cima da hora, passando por cima dos combinados, para aprovar um projeto que é contra os interesses populares.” Para ela, “a proposta de taxação do IOF recai somente sobre os ricaços, sobre pessoas que fazem grandes movimentações bancárias. Com as regras do arcabouço fiscal, quem vai pagar a conta agora é a população mais pobre”.
Já o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), foi além e disse que Hugo Motta, “ao pautar o IOF hoje é apostar definitivamente na derrota do governo (…) Não cumpre acordos, não tem palavra.” Ele ainda completou: “Isso é uma marca. Tem uma coisa que precisa ser dita: isso é chantagem e unidade com a direita e a extrema direita. O centrão Bolsonaro está agindo, mas continua ocupando cargos no governo”.
Líder da Comissão de Finanças e Tributação, o deputado Rogério Correia (PT-MG) também criticou a falta de transparência da presidência da Câmara. “É no mínimo complexo ter uma relação em que os deputados só ficam sabendo da pauta pelo Twitter do presidente”, afirmou. Correia contou que deixou Brasília após reunião da bancada, confiando na palavra do presidente da Casa de que não haveria temas relevantes em votação durante a semana. “Foi ele mesmo quem orientou que não precisaríamos estar em Brasília. Quando cheguei em BH, vi que ele havia pautado o projeto.”
O parlamentar criticou ainda a seletividade na condução das pautas. “Quando é projeto que faz justiça social, taxando os ricos, vira um Deus-nos-acuda. Agora, quando é para protegê-los, tudo anda rápido. Lamentável, mas 72% dos deputados e senadores são empresários ou latifundiários.” Correia espera que o governo envie um projeto de lei complementar para cortar 10% das renúncias fiscais de forma linear, como previsto na Constituição.
O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) também criticou a narrativa que vem sendo usada por setores da oposição e do centrão contra o decreto. “Não podemos permitir que uma medida técnica e necessária para corrigir distorções fiscais seja tratada como aumento de imposto. O que está em jogo é a justiça tributária, e isso exige seriedade no debate. O Brasil precisa arrecadar de forma mais justa para garantir direitos básicos à população.”
Com o gesto considerado desleal, deputados da base governista agora observam com cautela os próximos passos. Há dúvidas sobre a viabilidade de manter canais de diálogo com o atual presidente da Câmara ou se será necessário adotar uma postura mais firme diante de sua fragilidade política e alinhamento errático.
Um parlamentar da base resumiu, em caráter reservado: “O Arthur Lira tinha todos os problemas que você quiser, mas cumpria os acordos. A palavra dele valia. Já com o Hugo Motta ninguém tem certeza de nada. Mostra como ele é frágil, sem força própria, refém do centrão.”
Nos bastidores, cresce a avaliação de que novas derrotas podem se repetir caso o relacionamento com Motta não seja reavaliado.
Por ora, o que se vê é um presidente da Câmara que tenta agradar diferentes blocos políticos e que não conseguiu consolidar autoridade nem entre seus pares, nem junto ao governo federal.
Museu da República reabre parcialmente com exposição de charges de Carlos Latuff
Fechado desde fevereiro, Museu da República reabre parcialmente no dia 16 de julho com mostra de Carlos Latuff; visitação será gratuita e parte do acervo de Getúlio Vargas estará exposta.
Depois de cinco meses fechado para obras, o Museu da República, no Palácio do Catete, anuncia sua reabertura parcial a partir de 16 de julho. O público poderá voltar a visitar o primeiro pavimento do prédio histórico na Zona Sul do Rio, que passa por um processo de restauração.
A retomada das atividades acontece junto à inauguração da exposição “Crônicas de uma Barbárie”, do chargista Carlos Latuff, que apresenta uma leitura crítica dos impactos sociais e políticos da pandemia de covid-19 por meio de charges afiadas e provocativas.
Apesar da reabertura, o terceiro andar — onde fica o quarto em que Getúlio Vargas morreu, em 1954 — seguirá temporariamente fechado. Parte do acervo dedicado ao ex-presidente, no entanto, será exibido no térreo, dando aos visitantes a chance de relembrar momentos históricos do país.
A visitação será gratuita e acontecerá de quarta a domingo, das 11h às 17h (com entrada permitida até 16h30). A partir de agosto, as escolas poderão agendar visitas pelo e-mail mr.educa@museus.gov.br.
Os jardins do museu, que seguem sendo um dos principais refúgios verdes da cidade, continuam abertos todos os dias, das 8h às 18h. A reabertura parcial marca um passo importante na revitalização do espaço, que é gerido pelo governo federal e faz parte do circuito cultural carioca.
Com o frio chegada do inverno deste ano, bares, restaurantes e padarias do Alto Tietê — especialmente em Poá, Suzano e Mogi das Cruzes — reforçam seus cardápios com pratos quentinhos que confortam o corpo e a alma.
A combinação de vapor saindo da panela, ingredientes tradicionais e aquele toque caseiro faz o sucesso.
Veja os destaques:
🔥 Os 5 caldos mais apreciados em São Paulo e Alto Tietê
Caldo Verde – clássico feito com mandioquinha (ou batata), couve, azeite e, às vezes, chouriço. Um hit em São Paulo, disponível em padarias.
Caldinho de Feijão – versão cremosa e nutritiva, muito servida em bares com acompanhamento de torresmo ou pão .
Caldinho de Mandioquinha com Couve – sabor e cremosidade, ótima pedida para o jantar .
Caldo de Mocotó – favorito em Mogi das Cruzes, como no Bar Mocotó Romeu, servido com pedaços de couro e tutano.
Caldinho do Sertão – inspirado na culinária nordestina, combina feijão rajadinho, cenoura, salsão, ovo de codorna e bacon.
Além disso, a feijoada continua firme como opção de almoço das quintas e sábados em bares de Suzano e Mogi das Cruzes
Destaque no Alto Tietê: Restaurantes com self-service no almoço incorporam versões de canja e caldos caseiros, ideais nas noites frias.
Caldos de qualidade sempre têm ingredientes frescos e reconfortantes:
Mandioquinha/mandioca – base cremosa do caldo de mandioquinha e caldo verde
Couve – finaliza com frescor e cor
Batata – engrossa o caldo verde
Feijão – o coração do caldinho de feijão
Carne seca, bacon, paio, mocotó – para dar sabor e substância
🍲 Receitas práticas para fazer em casa
Caldo Verde
Caldo de Mandioquinha com Couve
Caldinho de Feijão
Caldo de Mocotó
Caldinho do Sertão
Receita 1 – Caldo Verde
Ingredientes (4 porções)
500 g de mandioquinha descascada
1 batata pequena (opcional)
1 cebola picada, 2 dentes de alho
1 cubo de caldo de legumes
1 colher de sopa de azeite
1 colher de chá de sal
1/2 maço de couve cortada fininha
100 g de chouriço ou linguiça (opcional)
Preparo
Refogue cebola e alho no azeite.
Acrescente mandioquinha (e batata) e cubra com água. Cozinhe até amolecer.
Bata no liquidificador até formar um creme.
Volte ao fogo, tempere com sal, fatie a linguiça e aqueça.
Finalize com a couve, cozinhe 5 min e sirva.
Receita 2 – Caldo de Mandioquinha com Couve
(Variação leve e sem carnes, igual à de padarias) Segue a mesma base da receita 1, omitindo a linguiça e incorporando caldo de legumes com mandioca e couve no final.
Receita 3 – Caldo de Feijão
Ingredientes
2 xícaras de feijão cozido
1 litro do caldo do cozimento
1 cebola, 2 dentes de alho
Azeite, sal, pimenta
Bacon ou torresmo
Preparo Refogue cebola, alho e bacon; junte o feijão com o caldo, bata parte no mixer e volte ao fogo. Ajuste temperos e salpique torresmo.
Receita 4 – Caldo de Mocotó
Ingredientes
1 kg de mocotó limpo
Cebola, alho, louro
Água, sal
Salsinha/pimenta
Preparo
Cozinhe o mocotó em panela de pressão por 1h. Desosse, bata parte do caldo e dosso, volte tudo ao fogo, ajuste temperos, finalize com salsinha e sirva.
Receita 5 – Caldinho do Sertão
Ingredientes
1 xícara de feijão rajadinho já cozido
1 cenoura, 1 talo de salsão, cebola, alho
4 ovos de codorna, bacon em cubos
Pimenta, sal
Ovo e bacon para guarnecer
Preparo
Refogue o bacon com cebola, alho, cenoura e salsão. Junte o feijão com caldo, ajuste temperos, acrescente ovos de codorna e sirva com bacon crocante por cima.
Essas receitas são ideais para a dona de casa que quer aquecer a família com pratos simples, saborosos e nutritivos. Aproveite o inverno!
Senado aprova texto-base de projeto que aumenta número de deputados de 513 para 531
Proposta foi aprovada com 41 votos a favor, exatamente o mínimo necessário, e 33 contrários
25/06/2025 | 20h09
Por Thaísa Oliveira
(Folhapress) – O plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (25) o texto-base do projeto de lei complementar que aumenta o número de deputados federais de 513 para 531. A proposta foi aprovada por 41 votos a 33, exatamente o mínimo necessário. Senadores ainda analisam destaques que podem mudar pontos do texto.
Minutos antes da votação, senadores ainda contavam votos, afirmavam que a Casa estava dividida e consideravam imprevisível o resultado do placar. A dificuldade de aprovação ficou nítida a partir da aprovação do requerimento de urgência (que permitia a votação do conteúdo nesta quarta) por 43 votos a 30 (apenas dois a mais que os 41 exigidos para aprovar o projeto em si).
A Câmara dos Deputados calcula em quase R$ 65 milhões por ano o aumento de custos com a criação das vagas, incluindo salários, benefícios e estrutura para os 18 novos parlamentares. A medida também deve produzir um efeito cascata nos estados, já que a Constituição vincula o número de deputados estaduais ao de federais.
No caso das emendas parlamentares, a Câmara terá dois caminhos, segundo especialistas: redividir o valor entre os deputados ou elevar o teto estabelecido na Constituição para essas verbas.
Plenário da Câmara dos Deputados durante sessão em julho de 2023 – Gabriela Biló – 6.jul.23/Folhapress Em uma tentativa de reduzir o desgaste político, o relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), incorporou um artigo que “proíbe qualquer aumento de despesa” por conta da criação das 18 novas cadeiras.
Após o termômetro dado com a aprovação da urgência, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), anunciou que votaria a favor, deixou a cadeira da presidência e percorreu o plenário pedindo voto aos colegas.
Edilson Rodrigues/Agência Senado
Senado considerou projeto impopular
Alcolumbre havia prometido ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se esforçar para aprovar a medida. A líderes o senador afirmou que o assunto dizia respeito à Câmara e, por isso, deveria ser decidido por eles —cabendo ao Senado apenas referendar o que tinha sido feito.
O projeto foi considerado impopular no Senado e recebeu críticas até mesmo de parlamentares de unidades da federação que podem perder deputados. Pesquisa Datafolha mostra que 76% dos brasileiros são contra o aumento; apenas 20% são a favor.
O projeto foi articulado pela Câmara em reação a uma determinação do STF (Supremo Tribunal Federal) para que o número de deputados, que varia de estado para estado, fosse proporcional ao número de habitantes aferido pelo Censo de 2022.
Em vez de redistribuir as 513 cadeiras entre os estados e o Distrito Federal, o que levaria parte deles a perder representantes, a Câmara decidiu criar mais 18, contemplando aqueles que tiveram aumento populacional segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Com a mudança aprovada pelos senadores, devem ganhar novos deputados os estados de Pará e Santa Catarina (4 cada um), Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte (2 cada), Goiás, Ceará, Paraná e Minas Gerais (1 cada).
A redistribuição de vagas foi exigida pelo STF a partir de um pedido do Pará para evitar que estados cuja população cresceu nos últimos anos ficassem sub-representados. Se o Congresso não aprovar a readequação até 30 de junho, o próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral) fará isso.
Inicialmente, a proposta fazia com que alguns estados perdessem cadeiras no plenário para que outros ganhassem, o que gerou controvérsia entre as bancadas.
Era o caso da própria Paraíba, do presidente da Câmara, que ficaria com 2 deputados a menos. Também seriam reduzidas as bancadas de Rio de Janeiro (4), Bahia (2), Piauí (2), Rio Grande do Sul (2), Alagoas (1) e Pernambuco (1).
A Constituição Federal determina que a representação na Câmara dos Deputados deve ser proporcional à população de cada unidade da federação, mas limita o número a, no mínimo, 8 e, no máximo, 70.
O projeto foi aprovado no mês passado pelos deputados federais por 270 votos a 207. Somente os partidos PSOL, Cidadania, Novo e Rede orientaram voto contra.
Professor desprestigiado, salários indignos e a imprensa que erra o foco da crítica
Não é por acaso que o Brasil é um dos países em que mais se adoece na profissão docente
25/06/2025 | 16h12
Por Valter Mattos da Costa*
É fácil apontar o atraso educacional do Brasil. Difícil é dizer com todas as letras que a crise tem nome, rosto e contracheque: professores desvalorizados em um país que finge não ver
A chamada do editorial publicado por O Globo em 24 de junho diz muito: “Brasil decepciona com avanço lento do ensino”. De fato, decepciona – mas não por falta de diagnósticos.
O problema é que o editorial identifica os sintomas, mas evita a causa estruturante. Os dados do IBGE são claros, o título é correto, mas o texto é exíguo diante do essencial.
O Globo menciona que “em 2024, a proporção de jovens no ensino médio na série correta foi de 76%, ante 68,2% em 2016”, e trata isso como insuficiente. Está certo. Mas quem sustenta esse avanço?
Professores adoecidos, mal pagos, sobrecarregados e cada vez mais pressionados por uma lógica de desempenho que ignora as condições materiais da docência. Sem salário digno, a Educação básica brasileira continuará colapsada.
Em artigo publicado aqui ICL Notícias, em 7 de maio de 2024 – Sem rodeios: os professores ganham muito mal – deixei claro que o nó da questão educacional está nos baixos salários da categoria.
A constatação de que o Brasil levará “20 anos para alcançar o patamar da OCDE na escolaridade dos adultos” não deveria espantar tanto. Com professores desvalorizados, a marcha será sempre lenta.
Trata-se de um sistema que se recusa a enfrentar o óbvio: educação é um processo de relações humanas e sociais, e não apenas uma cadeia de resultados em avaliações padronizadas.
É necessário dizer: nenhuma reforma curricular, plataforma digital ou plano estratégico resolverá a crise se os profissionais da base da pirâmide seguirem sendo tratados como descartáveis.
A precarização da carreira docente virou política de Estado. Os professores, especialmente do ensino básico, ganham mal, enfrentam jornadas exaustivas e ainda carregam a culpa pelos números negativos que o sistema político lhe impõe.
O Globo escreve que “a frustração se estende também aos adultos” e menciona taxas de escolaridade negativas. A frustração maior é saber que os profissionais da Educação, muitas das vezes responsabilizados por essa formação ineficiente, são os mais desamparados por aqueles que deveriam cuidar do efetivo processo educativo.
Não é por acaso que o Brasil é um dos países em que mais se adoece na profissão docente. Há assédio moral, desrespeito, sobrecarga e uma política que o culpabiliza sem o devido suporte.
Enquanto isso, “a elite” política e empresarial que produz relatórios sobre “excelência educacional” vive à margem da escola real. Não pisa no “chão de fábrica”, as salas de aula, mas dita suas regras.
Na base, temos Paulo Freire, do qual tiramos a nossa resistência para conscientizar a galera discente. Sua “Pedagogia do Oprimido” virou trincheira simbólica num cenário em que a opressão se atualiza sob novos disfarces tecnocráticos – prejudicando tanto quem tenta ensinar quanto aqueles que tentam aprender.
Quem avalia os poderosos avaliadores do nosso trabalho? Quem cobra dos governos o compromisso com o piso salarial? Quem fiscaliza as verbas da educação pública que escorrem em parcerias com empresas de “inovação”?
O jornalismo que se propõe sério deveria responder a isso. Mas O Globo, ao silenciar sobre os salários dos professores, contribui para a manutenção de uma estrutura que sabota a própria escola.
É preciso ir à raiz. O problema da educação brasileira não está apenas na “preguiça” dos estudantes ou na pandemia, como parece sugerir o editorial. Está na miséria institucionalizada da profissão docente.
Falar em metas de escolaridade sem discutir a humilhação salarial de quem ensina é fazer malabarismo retórico. E nisso, O Globo, infelizmente, é especialista.
A imprensa que se diz comprometida com a educação deveria começar reconhecendo: sem salário digno, sem valorização humana e profissional, não haverá futuro educacional que se sustente.
*Professor de História, especialista em História Moderna e Contemporânea e mestre em História social, todos pela UFF, doutor em História Econômica pela USP e editor da Dissemelhanças Editora
Com o frio chegada do inverno deste ano, bares, restaurantes e padarias do Alto Tietê — especialmente em Poá, Suzano e Mogi das Cruzes — reforçam seus cardápios com pratos quentinhos que confortam o corpo e a alma.
A combinação de vapor saindo da panela, ingredientes tradicionais e aquele toque caseiro faz o sucesso.
Veja os destaques:
🔥 Os 5 caldos mais apreciados em São Paulo e Alto Tietê
Caldo Verde – clássico feito com mandioquinha (ou batata), couve, azeite e, às vezes, chouriço. Um hit em São Paulo, disponível em padarias.
Caldinho de Feijão – versão cremosa e nutritiva, muito servida em bares com acompanhamento de torresmo ou pão .
Caldinho de Mandioquinha com Couve – sabor e cremosidade, ótima pedida para o jantar .
Caldo de Mocotó – favorito em Mogi das Cruzes, como no Bar Mocotó Romeu, servido com pedaços de couro e tutano.
Caldinho do Sertão – inspirado na culinária nordestina, combina feijão rajadinho, cenoura, salsão, ovo de codorna e bacon.
Além disso, a feijoada continua firme como opção de almoço das quintas e sábados em bares de Suzano e Mogi das Cruzes
Destaque no Alto Tietê: Restaurantes com self-service no almoço incorporam versões de canja e caldos caseiros, ideais nas noites frias.
Caldos de qualidade sempre têm ingredientes frescos e reconfortantes:
Mandioquinha/mandioca – base cremosa do caldo de mandioquinha e caldo verde
Couve – finaliza com frescor e cor
Batata – engrossa o caldo verde
Feijão – o coração do caldinho de feijão
Carne seca, bacon, paio, mocotó – para dar sabor e substância
🍲 Receitas práticas para fazer em casa
Caldo Verde
Caldo de Mandioquinha com Couve
Caldinho de Feijão
Caldo de Mocotó
Caldinho do Sertão
Receita 1 – Caldo Verde
Ingredientes (4 porções)
500 g de mandioquinha descascada
1 batata pequena (opcional)
1 cebola picada, 2 dentes de alho
1 cubo de caldo de legumes
1 colher de sopa de azeite
1 colher de chá de sal
1/2 maço de couve cortada fininha
100 g de chouriço ou linguiça (opcional)
Preparo
Refogue cebola e alho no azeite.
Acrescente mandioquinha (e batata) e cubra com água. Cozinhe até amolecer.
Bata no liquidificador até formar um creme.
Volte ao fogo, tempere com sal, fatie a linguiça e aqueça.
Finalize com a couve, cozinhe 5 min e sirva.
Receita 2 – Caldo de Mandioquinha com Couve
(Variação leve e sem carnes, igual à de padarias) Segue a mesma base da receita 1, omitindo a linguiça e incorporando caldo de legumes com mandioca e couve no final.
Receita 3 – Caldo de Feijão
Ingredientes
2 xícaras de feijão cozido
1 litro do caldo do cozimento
1 cebola, 2 dentes de alho
Azeite, sal, pimenta
Bacon ou torresmo
Preparo Refogue cebola, alho e bacon; junte o feijão com o caldo, bata parte no mixer e volte ao fogo. Ajuste temperos e salpique torresmo.
Receita 4 – Caldo de Mocotó
Ingredientes
1 kg de mocotó limpo
Cebola, alho, louro
Água, sal
Salsinha/pimenta
Preparo
Cozinhe o mocotó em panela de pressão por 1h. Desosse, bata parte do caldo e dosso, volte tudo ao fogo, ajuste temperos, finalize com salsinha e sirva.
Receita 5 – Caldinho do Sertão
Ingredientes
1 xícara de feijão rajadinho já cozido
1 cenoura, 1 talo de salsão, cebola, alho
4 ovos de codorna, bacon em cubos
Pimenta, sal
Ovo e bacon para guarnecer
Preparo
Refogue o bacon com cebola, alho, cenoura e salsão. Junte o feijão com caldo, ajuste temperos, acrescente ovos de codorna e sirva com bacon crocante por cima.
Essas receitas são ideais para a dona de casa que quer aquecer a família com pratos simples, saborosos e nutritivos. Aproveite o inverno!
Churrasco e álcool: combinação pode aumentar as chances de desenvolver diferentes tipos de câncer
Carne vermelha e álcool, juntos, podem potencializar os efeitos cancerígenos um do outro
25/06/2025 | 05h00
Especialistas apontam que a combinação de churrasco e bebidas alcoólicas, muito comum entre os brasileiros, pode aumentar as chances de desenvolver diferentes tipos de câncer. Carne vermelha e álcool, juntos, podem potencializar os efeitos cancerígenos um do outro.
“Carnes processadas e grelhadas já contêm substâncias químicas que têm sido associadas ao aumento do risco de câncer, como nitratos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, mas quando você consome álcool junto com eles, fica mais fácil para esses agentes cancerígenos serem absorvidos pela corrente sanguínea — é uma combinação bastante mortal”, afirma Jiri Kubes, oncologista do Centro de Terapia de Prótons, em Praga, ao jornal “O Globo”.
Segundo estudos recentes, o álcool age como um “transportador”, danificando o revestimento da boca, garganta e estômago, e facilitando a fixação de compostos causadores de câncer. “É por isso que beber álcool e comer carne processada ao mesmo tempo pode ser mais prejudicial do que qualquer uma das duas coisas separadamente”, diz Jiri Kubes.
Ao invés de comer um hambúrguer, salsicha ou carne vermelha em excesso, é preferível escolher peixes grelhados, espetinhos vegetarianos ou carnes magras, como frango. “E se você for beber, beba com moderação e combine com saladas frescas ou grãos integrais, que são ricos em fibras e antioxidantes”, explica o especialista.
Jiri Kubes também pede para as pessoas ficarem atentas ao ponto da carne, também, e não deixá-las passar muito na grelha. “Os pedaços queimados e enegrecidos podem ter um gosto bom, mas geralmente estão cheios de compostos cancerígenos. Mantenha o fogo baixo”.
Carne vermelha
De acordo com diversas pesquisas, comer carne processada aumenta o risco de câncer de intestino.
O risco é considerado semelhante ao do tabaco e do álcool.
“A carne vermelha é classificada como uma causa provável de câncer. Há muitas evidências de boa qualidade de uma ligação entre o consumo de carne vermelha e o câncer de intestino, mas não são tão fortes quanto as evidências para carne processada”, afirma a Cancer Research UK.
Há algumas evidências de que carne processada e vermelha podem aumentar o risco de outros tipos de câncer, como câncer de estômago e pâncreas, embora mais pesquisas sejam necessárias.
Álcool
O consumo de álcool está associado ao aumento do risco de desenvolver vários tipos de câncer, incluindo câncer de boca, garganta, cordas vocais, esôfago, cólon e reto, fígado e mama. Alguns estudos mostram que beber três ou mais bebidas alcoólicas por dia aumenta o risco de câncer de estômago e pâncreas.
Carne vermelha e álcool, juntos, podem potencializar os efeitos cancerígenos um do outro
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que não existe um padrão de consumo de álcool absolutamente seguro. No entanto, o consumo moderado é aquele que apresenta um baixo risco para a saúde.
As principais diretrizes definem o consumo moderado de álcool como duas doses ao dia para homens e uma dose para mulheres. Cada dose corresponde a uma lata de 350 ml de cerveja, uma taça de 150 ml de vinho ou 45 ml de destilado, como vodca ou gin.