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Presidente do PL afirma que decisão do STF que condenou Bolsonaro precisa ser respeitada e revolta núcleo bolsonarista
15 de setembro de 2025, 10:00 h247 - Os aliados mais próximos e radicais de Jair Bolsonaro (PL) se revoltaram após declarações de Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal.
Valdemar afirmou no último sábado (14), durante um evento em Itu (SP), que “houve um planejamento de golpe” e que “o Supremo decidiu [condenar Bolsonaro], temos que respeitar”.
As informações são da jornalista Andréia Sadi, do g1.
A declaração foi recebida como uma ruptura com a linha de defesa do ex-presidente e abriu uma crise interna no PL.
Durante o mesmo discurso, Valdemar ponderou ainda que o Supremo Tribunal Federal só estaria atuando com firmeza porque conta com o respaldo do governo Lula, mas acrescentou que “nunca teve o golpe efetivamente”.
Reações da base bolsonarista
O comentário do dirigente partidário provocou respostas imediatas entre aliados de Bolsonaro.
Paulo Figueiredo, próximo de Eduardo Bolsonaro (PL) e articulador da campanha por sanções internacionais contra o Brasil, reagiu nas redes sociais: “Como eu digo: não estamos nesta m*** de dar gosto à toa”.
O deputado federal Ricardo Salles (Novo-SP), ex-ministro do Meio Ambiente, também criticou a fala: “Não foi por falta de aviso”.
Já Fabio Wajngarten, advogado e ex-ministro da Comunicação, contestou diretamente Valdemar: “Não é possível mais ouvirmos e nos calarmos. Chega”.
Pressão do Centrão e disputa interna
Nos bastidores, a leitura é de que o posicionamento de Valdemar funciona como um sinal do Centrão após a condenação de Bolsonaro.
Líderes avaliam que o bloco político busca se afastar do ex-presidente e pressionar por uma definição rápida sobre a candidatura presidencial de 2026.
A família Bolsonaro, entretanto, resiste a perder influência nesse processo.
No início de setembro, Valdemar chegou a afirmar em entrevista à GloboNews que apoiaria qualquer nome indicado por Bolsonaro, “mesmo que seja alguém da família”, incluindo Eduardo Bolsonaro como possibilidade.
O impasse para 2026
O problema, segundo líderes do Centrão, é o ritmo do próprio Bolsonaro. Avaliam que ele dificilmente antecipará a escolha de um candidato, repetindo a estratégia de Lula em 2018, quando deixou a definição para a reta final da disputa. O temor é que essa indefinição atrapalhe a construção de uma candidatura competitiva dentro do campo da direita.
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