O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira (5), em coletiva de imprensa na Casa Branca, que está “muito irritado” com o Brasil. Trump disse, ainda, que cogita restringir vistos de autoridades que planejam participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
O republicano foi questionado sobre a possibilidade de cancelar vistos diplomáticos para o evento, incluindo brasileiros. Trump afirmou: “Estamos muito irritados com o Brasil. Já aplicamos tarifas pesadas porque eles estão fazendo algo muito infeliz.”
A declaração faz referência às tarifas de até 50% impostas aos produtos brasileiros em agosto, quando Trump afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro é vítima de uma “caça às bruxas” em razão do processo que responde no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes passou a ser alvo de críticas do governo americano por ser o relator do processo em que Bolsonaro é acusado de crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do estado democrático de direito e criminosa.
Trump voltou a fazer críticas ao governo brasileiro, desta vez sem citar nominalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Alexandre de Moraes. “O governo mudou radicalmente. Radicalmente para a esquerda. Isso está fazendo muito, muito mal. Vamos ver”, declarou.
As tarifas impostas e a ameaça de sanções diplomáticas são vistas como parte de uma estratégia mais ampla do governo Trump para pressionar governos considerados adversários ideológicos. A chance de restrições durante a Assembleia Geral da ONU gera preocupações quanto ao impacto nas relações bilaterais e ao papel dos EUA como país anfitrião de organismos internacionais.

Republicano foi questionado sobre a possibilidade de cancelar vistos diplomáticos para o evento, incluindo brasileiros
Reação de Lula aos ataques de Trump
Na terça-feira (2), o presidente Lula afirmou que espera que Trump reconheça a necessidade de negociar as tarifas aplicadas ao Brasil e a outros países, como Índia e China, e que, caso haja disposição para negociar, “o Lulinha paz e amor está de volta”. “Não tenho nenhum interesse em brigar com os EUA, tenho interesse de que essa amizade de 200 anos possa conviver democraticamente mais 200 anos”.
“Estou no aguardo de que em algum momento vai acontecer alguma coisa na cabeça do Trump e ele vai perceber e falar ‘puxa vida eu tenho que negociar’, não só com Brasil, mas com China, Índia, Venezuela”, completou Lula.
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