Prisão de Braga Netto desperta temor de delação de militares de baixa patente entre bolsonaristas

Mônica Bergamo: 

General está detido desde o dia 14 por determinação do ministro Alexandre de Moraes

Mônica Bergamo


A possibilidade de o general Walter Braga Netto firmar um acordo de colaboração com a Polícia Federal (PF) no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de um golpe de estado no Brasil é considerada remota por integrantes do núcleo próximo de Jair Bolsonaro (PL). Há o temor, no entanto, de que a prisão dele impulsione outros militares, de mais baixa patente, a fazerem delação.

Dois homens de terno escuro se abraçam. Um, mais alto, é um pouco grisalho. O outro, mais baixo, é bastante grisalho
Bolsonaro e seu então candidato a vice, Braga Netto, em evento do Dia do Soldado em 2022 - Evaristo Sá - 25.ago.2022/AFP

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De acordo com um dos integrantes desse grupo, Braga Netto conseguiria resistir a um tempo mais longo de prisão —mas militares menos graduados poderiam enxergar a detenção prolongada do ex-comandante como uma ameaça: se até ele, que foi vice-presidente, que foi general quatro estrelas, não conseguiu escapar de uma longa temporada no cárcere, que dirá figuras de menor projeção.

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O mesmo sentimento, analisam esses interlocutores de Bolsonaro, teria movido o tenente-coronel Mauro Cid a fazer delação. Entre a oportunidade de recompor a própria vida, preservando a sua família, e a lealdade ao ex-presidente, ele optou por assinar acordo com a PF.

Veja alguns dos indiciados pela PF em caso de trama golpista em 2022
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