Menor desemprego da história, menor inflação em 4 anos e comércio aquecido: "onde está a crise?", questiona Cappelli ao mercado
Ricardo Cappelli
(Foto: Felipe Gonçalves / Brasil 247)
"O ataque especulativo das 'cartomantes' do mercado fica explícito quando os fatos desmentem todas as suas previsões", afirma o presidente da ABDI
28 de dezembro de 2024, 07:35 h
247 - O Brasil encerra 2024 com indicadores econômicos que desafiam previsões catastróficas e expõem a disparidade entre análises de mercado, a cotação do dólar e a realidade vivida no país. Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), foi contundente ao comentar os dados mais recentes sobre emprego e economia:
"O ataque especulativo das 'cartomantes' do mercado fica explícito quando os fatos desmentem todas as suas previsões: menor desemprego da história, menor inflação dos últimos 4 anos, alta de 12% nas vendas de Natal. Onde está a grave crise? Na cabeça do rentismo parasitário", publicou no X, antigo Twitter.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE, a taxa de desemprego no trimestre móvel encerrado em novembro de 2024 caiu para 6,1%, a menor desde o início da série histórica em 2012. Isso representa 6,8 milhões de brasileiros em busca de trabalho, o menor contingente desde dezembro de 2014.
Além disso, 510 mil pessoas deixaram o desemprego em relação ao trimestre anterior, enquanto 1,4 milhão de trabalhadores ingressaram no mercado de trabalho na comparação anual. A taxa atual está 8,8 pontos percentuais abaixo do recorde de 14,9%, registrado em setembro de 2020, no auge da pandemia de Covid-19.
Recordes de ocupação e trabalho formal - A população ocupada no Brasil atingiu o recorde de 103,9 milhões de pessoas, superando níveis pré-pandemia. No setor privado, 39,1 milhões de trabalhadores estão com carteira assinada, também um marco histórico. O setor público, por sua vez, alcançou 12,8 milhões de empregados, enquanto a proporção de pessoas ocupadas na população em idade ativa subiu para 58,8%, a maior da série histórica.
Setores em recuperação e renda em alta - A recuperação econômica foi puxada por setores como indústria (+309 mil novos postos), construção (+269 mil) e serviços domésticos (+3%). No comércio, houve aumento de 692 mil vagas em comparação ao ano anterior, enquanto a administração pública adicionou 790 mil postos.
O rendimento médio real habitual ficou em R$ 3.285, apresentando crescimento de 3,4% em relação a 2023. A massa salarial alcançou o recorde de R$ 332,7 bilhões, uma alta de 7,2% no ano. Setores como transporte e comércio tiveram aumentos de rendimento médio de até 7,8%.
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