Juro médio do rotativo do cartão de crédito chega a 445,8% em novembro
No caso do cheque especial, os juros
cobrados em novembro foram de 137,7%,
ante 135,5% em outubro
Quando o crédito rotativo é acionado por quem não paga o valor total da fatura na data do vencimento, o banco deverá parcelar o saldo devedor ou oferecer outra forma para quitar a dívida em condições mais vantajosas em um prazo de 30 dias.
Na mesma lei que instituiu o Desenrola Brasil, o CMN (Conselho Monetário Nacional) estabeleceu que os juros das operações no rotativo e parcelado em 2024 não podem exceder 100% do valor da dívida original.
Os dados divulgados pelo BC também mostram que a taxa de juros do parcelado do cartão subiu de 180% para 183,3%. Desse modo, a taxa de juros total do cartão de crédito variou de 82,2% para 83,2% em novembro.
No caso do cheque especial, os juros cobrados em novembro foram de 137,7%, frente a 135,5% de taxa em outubro.
Importante salientar que os juros bancários são diretamente impactados pela alta da taxa básica de juros, a Selic, que influencia todas as demais. Em setembro, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central iniciou a trajetória de alta da Selic, que agora está em 12,25% ao ano.
Estoque total de operações de crédito alcança R$ 6,3 trilhões
O estoque total das operações de crédito alcançou R$ 6,3 trilhões, em novembro, representando aumento de 1,2% na comparação com o mês de outubro, de acordo com as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas pelo BC hoje.
Esse resultado decorreu dos aumentos de 1,4% no crédito às empresas e 1,0% no crédito às famílias, cujos saldos ficaram em R$ 2,4 trilhões e R$ 3,9 trilhões, respectivamente.
Em 12 meses, houve uma ligeira aceleração, com alta de 10,7% nos 12 meses até novembro, após crescimento de 10,6% nos 12 meses até outubro.
Segundo o BC, o crédito às pessoas jurídicas aumentou 9,3%, em novembro, ante 8,6% no mês anterior, enquanto o saldo para pessoas físicas desacelerou de 11,8% até outubro para 11,6% até novembro.
O crédito com recursos direcionados, que atendem a parâmetros estabelecidos pelo governo, como financiamentos com uma finalidade específica, cresceu 1,1% no mês e 11,3% em 12 meses, totalizando R$ 2,7 trilhões em novembro.
“Por segmento, o crédito direcionado às empresas avançou 1,5% no mês e 9,3% em 12 meses, situando-se em R$ 880,4 bilhões. Nas operações às famílias, o estoque alcançou R$ 1,8 trilhão, com altas de 0,9% e 12,4%, no mês e em 12 meses, na ordem”, disse o BC.
Em novembro, o estoque das operações de crédito com recursos livres, negociados livremente entre bancos e tomadores, às pessoas físicas somou R$ 2,1 trilhões, um aumento de 1,1% em relação a outubro e de 11,0% em 12 meses.
“Esse resultado foi impulsionado pelas modalidades de cartão de crédito à vista, aquisição de veículos e crédito pessoal não consignado, que tiveram incrementos respectivos de 2,0%, 1,5% e 1,2%”, informou o BC.
Inadimplência com leve redução
A taxa de inadimplência do saldo total de crédito do país apresentou uma leve redução de 0,1 ponto percentual (p.p.) em novembro e de 0,3 p.p. em 12 meses. Segundo o BC, com o resultado, a inadimplência, considerados os atrasos superiores a 90 dias, alcançou 3,1% da carteira total de crédito do país.
No mês passado, a inadimplência no crédito às empresas e no crédito às famílias do Sistema Financeiro Nacional (SFN) manteve-se estável em 2,3% e 3,7%, respectivamente. No intervalo de 12 meses, as reduções foram de 0,5 p.p. para as empresas e de 0,1 p.p. para as famílias.
Em relação ao crédito livre, aquele negociado livremente entre bancos e tomadores, a inadimplência recuou 0,1 p.p. no mês e 0,5 p.p. em 12 meses, situando-se em 4,3% da carteira.
A taxa de inadimplência da carteira livre destinada às pessoas jurídicas alcançou 2,8%, reduções de 0,1 p.p. no mês e de 0,8 p.p. em 12 meses, enquanto nas operações às pessoas físicas manteve-se estável no mês, com recuo de 0,4 p.p. em relação a novembro de 2023.
Juros
A taxa média de juros das concessões de crédito atingiu 28,6% ao ano (a.a.) em novembro, com alta mensal de 0,5 p.p. em relação a outubro e redução de 0,5 p.p. no período de 12 meses.
Para as empresas, a taxa média de juros subiu 0,4 p.p. no mês e 0,1 p.p. em 12 meses, situando-se em 19,4% a.a. Nas operações destinadas às famílias, a taxa média aumentou 0,5 p.p. no mês e alcançou 33,0% a.a., com decréscimo de 1,0 p.p. em 12 meses.
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